12.6.09

+ uma da série: mamãe, eu gosto só de cor de rosa!

- Mamãe, eu não gosto de noite.
- Ué filha, mas porque não?
- Ah! Eu não gosto...
- Eu não gosto não é explicação. A noite é tão boa quanto o dia filha. A gente vê desenho, lê historinha, descansa pra poder brincar mais no dia seguinte...
- Mas de noite o céu fica azul esculo mamãe! Eu não gosto de azul esculo!

Aí o pai interveio:
- E se o céu fosse cor de rosa ao invés de azul claro filha?

Os olhinhos dela se iluminaram, ela abriu um sorrisão:
- Hããnn! Ah papai aí eu ia gostá muito!! Ia se muito lindo né?

Ia. Sem dúvida que ia.

6.6.09

A história de uma porca

Eu disse que não queria falar sobre o episódio mudança, mas não vai ter jeito, esse vai ter que ficar registrado.

No outro blog, eu fiz uma lista das coisas que não me contaram antes de eu ficar grávida. Uma dessas coisas que não me contaram foi que sei lá porque cargas d'água, a gravidez altera tanto seu organismo que esse desequilíbrio pode te tornar uma pessoa alérgica, de uma hora pra outra.

Em resumo, depois que mudei eu queria morrer porque de tanta poeira a rinite alérgica acabou virando uma mega crise de sinusite que tive de tratar com antibióticos ao mesmo tempo em que desfazia caixa, arrumava espaço pra guardar tudo em um terço do espaço anterior e ainda tinha que, obviamente cuidar da criança.

Obviamente que doente como estava não fiz absolutamente nada direito. Nem a arrumação nem cuidar da criança. E foi então que a criança obviamente cansada de ser negligenciada e ainda tendo que se virar sozinha pra se adaptar a “nova vida” resolveu que era hora de chamar a atenção.

No último sábado todos se ocupavam com algo pela casa, quando ela abriu o berreiro, desesperada porque tinha engolido o remedinho. Enquanto eu tentava acalmá-la e entender o que tinha acontecido minha mãe veio correndo gritando que ela tinha engolido a porca. “ – Que porca?” “- Ela estava brincando com umas porquinhas, achei que não tinha problema...”.

Tinha sim.

A primeira emergência pediátrica ninguém esquece. Ligamos pro pediatra, ele disse que era pra não ficar estressada (haha! Essa é ótima!) mas que tinha que radiografar e etc...

Na clínica o saguão estava cheio de criancinha molinha, cheia de febre e a guria lá toda serelepe, quicando e infernizando as criancinhas convalescentes.

Começou todo mundo a nos olhar com aquela cara de “Que-que-esses-caras-tão-fazendo-aqui?”. Uma enfermeira nada discreta esclareceu para a audiência, olhando pra Laís e dizendo no maior volume “ – Na boquinha só pode colocar comida ,tá? Porquinha, moedinha não pode, tá bom?” (eu queria muito ser um avestruz naquela hora)

O pediatra de plantão disse que não nos preocupássemos, que se fosse um parafuso seria pior(todo mundo se diverte nessa hora, menos os pais da criança). Que era pra deixá-la comer bastaste e só usar o piniquinho até termos certeza de que a porca saiu pelas vias normais. Laís enfiou o pé na jaca de comer pizza no lanche sob esse pretexto, e no dia seguinte, a porca encerrou sua jornada no pinico.

E como vingança é um prato que se come frio, vou esperar a mocinha ter uns 16 anos e vou matar ela de vergonha mostrando a radiografia da porca junto com a fotinho dela peladinha igual o bonequinho da Michelin pro namoradinho da vez. Há!

1.6.09

Mamãe, eu não gosto de azul escuro, só de cor de rosa!

Eu juro, alguém ainda tem que fazer um estudo científico sobre essa atração fatal entre meninas e cor de rosa.

É sério. Outro dia fiz uma rápida enquete na pracinha (ok, eu me dou ao trabalho e daí?) entre meninos na faixa de 4 anos. A pergunta era simples: qual a sua cor preferida? As resposta variavam bastante e as mais citadas foram verde, azul, vermelho e branco, mas reparem: azul não era a primeira a ser citada e nem a única preferida. Repita o estudo com meninas da mesma idade e a única variação que você vai ouvir de rosa é rosa claro, rosa escuro e lilás.

Da minha parte faço muito esforço desde que Laís era bebezinho para evitar a monotonia monocromática do armário mas o fato é que sempre teve muito rosa, uma vez que as opções quando elas são pequenininhas variam entre o rosinha, amarelinho e verdinho. Tudo muito inho mesmo.

Enfim, começou o friozinho e lá fui eu comprar uma nova leva de moletons porque os do ano passado não cabem mais, óbvio. É claro que tinha o fatídico rosa e tal do amarelinho, mas optei por cinza mescla, vermelho e azul marinho.

Na primeira friaquinha peguei o moleton azul, com o tênis prata e uma blusa de manga comprida azul marinho branca e vermelha ( que de propósito combinava com os 3 moletons) e separei na cama. Quando ela saiu do banho e viu aquela roupa separada balançou a cabeça em negativa com veemência e disse:

- Mamãe, eu não gosto de azul escuro...

- Mas filha, essa roupa é linda, fica super fashion com esse tênis...

- Mas eu não gosto de azul escuro ma-mãããe.

- Ah filha mas essa camisa é do surf, vê só!

- Eu não gosto. Eu gosto só de cor de rosa!

Fui obrigada a refletir. Não tinha predileção por rosa na idade dela, mas lembro muitíssimo bem que não gostava de azul marinho simplesmente porque eu continuo não gostando de vestir roupa azul marinho até hoje. Sei lá se é porque me remete ao uniforme da escola ou ao uniforme de aeromoça, o fato é que eu não gosto mesmo. E minha mãe adora. E a volte e meia ela me aparecia com alguma roupa que eu era obrigada a dizer com todo carinho: - É mãe, é lindo esse modelo, mas é eu não tenho nada que combine com azul marinho...

Ora pitombas, se eu não gosto de azul marinho porque então a menina que já é cheia de personalidade vai ser obrigada a usar? Isso é que não!

Comentando o fato com uma senhora que fabrica bolsas ela me deu uma super idéia: bordar flores rosas no moleton! Perguntei a Laís se ela ia gostar que o moleton tivesse flores rosas e ela achou que vai ficar lindo.

Fim do drama, e mamãe coruja que aprenda essa lição: criança também tem preferência e é bom que a gente respeite.

Laís e o $$$




Laís anda colecionando moedinhas. Cada uma que ela acha espalhada pela casa ela imediatamente pega e defende com brados ferozes:
- É minha! Vou guadá pra compá paçoca!
E ponto final: é dela. Pelos meus cálculos com essa estratégia o “fundo da paçoca” já deve dar pra comprar umas 5 ou 6.
Vai longe essa menina...
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Estávamos andando na estrada indo fazer compras pro lanche no mercadinho aqui perto e Laís diz:
- Mamãe, eu quelia compá uma coisa po lanche...
Eu resolvi provocar um pouquinho:
- Ta bom filha, a mamãe compra uma fruta pra você...
- Ah não mamãe! Eu quelia milho! (essa me pegou de surpresa)
- Então tá filha, a mãe compra milho, beleza.
- Vc compa mamãe?
- Compro filha, compro sim.
- Vc tem pila, gana, mufunfa?