21.8.09

Primeira semana de aula

Como era de se esperar Laís abafou no seu primeiro dia de aula. Adorou o colégio, brincou até dizer chega e só ficou triste porque não brincou no areal. Nem sentiu falta da avó, que obviamente como é normal em qualquer adaptação estava lá do lado pra qualquer revertério, já que a mãe da criança (essa pobre Isaura que vos escreve) se encontrava absolutamente incapaz de conciliar o trabalho no pelourinho com a adaptação ao turno da tarde.

Segundo dia: sucesso de público e de crítica.

Terceiro dia: a avó foi dispensada da presença integral. E... começou o problema. Não foi a ausência da vó, foi a adaptação ao horário. Como ela teve que chegar no colégio, justamente no horário em que ela dormia após o almoço, ela começou a ficar exausta. Então no quarto dia ela chorou e fez manha que não queria ir, mas acabou convencida e foi. Na volta caiu em um pranto inconsolável porque uma amiguinha tinha batido nela com uma almofada e ela nunca mais queria ir na escola.

Ai meu deus, que eu me lembre eu só não quis "nunca mais ir ao colégio" depois que comecei a ter prova de matemágica (não errei não, pra mim é matemágica mesmo).

Ela chorou tanto que fiquei assustada. Resolvi mandar um bilhete pra tia (desculpem eu sou do tempo da tia, não acostumo com isso de chamar a tia de professora). Hoje a diretora da escola me ligou explicando na que verdade a amiguinha citada era a professora de psicomotricidade. E que acertou ela propositatamente (e, diga-se de passagem controladamente, óbvio) com a almofada por que fazia parte do exercicio. Na hora eu me contive, mas depois me escangalhei de tanto rir lembrando que tanto eu quanto a avó dissemos pra ela que ela não podia sair batendo nos amigos, mas que se batessem nela ela tinha que se defender e revidar! Imagina se ela ouve o conselho e resolve bater na professora e ainda dizer que foi a mãe que mandou! Que mico!

Acabei combinando com a direitora que semana que vem a pulguinha vai chegar mais tarde na aula, pra que possa tirar seu sono de beleza e não ir pra escola tão estressada assim... ai, ai...

A parte engraçada da adaptação na escola foi a conversa de ontem de manhã. Temos um novo ritual: enquanto eu tomo banho pra ir pro trabalho ela fica sentadinha num banquinho do lado de fora do box, conversando comigo e esperando o espelho embaçar pra ela começar a brincar de desenhar.

Já estava no chuveiro quando ela entrou, sentou deu um suspiro desconsolado e apoio o queixo nas mãozinhas.

- O que foi filha? Tá triste?
- Hum hum!
- Porque meu anjo?
- Ah mamãe poque eu ainda não sei lê!
- Mas filha, não é rápido assim não, demora muito sabe? Não tem nem uma semana que você entrou no colégio.
- Ah, mas eu não sei nem lê nem esqueve! Eu quelia taaanto lê...
- Filha, vc ainda vai fazer 3 anos. Sabe com que idade a gente aprende a ler? Com 6! É muito mais do que você tem! É tudo isso ó (mostrei com as mãos quanto é 6).
- Então eu só quelo estuda quando fize 6 anos!
- E até lá?
- Até lá eu vô bincá, ué!
- Só brincar?
- Só bincá!

Então tá falado.