4.10.10

Frustrações, piquenique, sanduíche de dinossauro e outras histórias



A Roberta mãe do Noah , disse em seu post mais recente  (se vc ainda não leu a Roberta e fica aí com esse risinho bobo me lendo, um aviso: tá perdendo tempo. Lê lá e vc vai ver o que é se escangalhar de rir): “Eu fico me perguntando em que momento da nossa recente história ficou decidido que celebrar o aniversário de 2 anos do seu filho significa ficar 7 mil reais mais pobre”. O que me remeteu há mais ou menos 1 mês e meio atrás, quando o aniversário de Laís chegava, e eu e Wilson nos encontrávamos na segunda pior pindaíba do ano ( que de janeiro a março não foi mole não).


A gente ainda estava esperando um milagre tipo ganhar na mega sena acumulada e alugar o me-lhor salão de festas da cidade ou, sonhando beeeeem mais baixo, pintar uns trabalhinhos extras pra ele. Não rolou nem uma coisa nem outra, evidentemente.

Lá na agência, quando chega um pedido em NOVEMBRO para CRIAR e PRODUZIR uma AGENDA de brinde de NATAL (que todo mundo sabe costuma cair não por coincidência sempre no dia 25 de dezembro), eu costumo ter a seguinte conversa com o cliente: - Oi tudo bom? Então, sobre aquele pedido que vc me encaminhou hoje, dia 22 de novembro, por e-mail? Nenhum fornecedor quer pegar. Dizem que estão lotados desde agosto... Até já tentei negociar com Noel pra ver se ele vinha junto com o ano novo e a gente ganhava um prazo, mas não foi possível...
OBS: é claro que essa conversa é imaginária, com um cliente imaginário (que se eu falo isso pra um cliente na real eu não sou só demitida: sou demitida, despejada, deportada e internada com direito a camisa de força e cela acolchoada).
Enfim, não dava pra gente negociar com a criança pro aniversário dela cair junto com o dia das crianças e assim ganharmos prazo e ainda economizarmos no presente. Estávamos já há um mês do aniversário quando desistimos de ganhar na mega sena e fazer a festa milionária.

Essa benção que atende pelo nome de Laís, queria muito uma festa “de salão” da Barbie Castelo de Diamante. Tivemos um papo cabeça, ela entendeu na boa e sem drama que salão "não rola" e ficou combinado que ela teria então duas festas: a da Barbie Castelo de Diamante no colégio com os amiguinhos de turma e um piquenique no zoológico, com os amiguinhos da pracinha (da época em que morávamos na civilização, antes da roça).

Pra que é que eu fui inventar... Descobri muito rápido que organizar um piquenique de aniversário na quinta não é uma tarefa tão simples assim. Uni forças a Ana, mãe do Heitor, já que os dois são os “melhores amigos de infância” e tem diversos amiguinhos em comum. Dividimos as tarefas, ela ficou responsável pelas excursões a Saara para comprar toalha quadriculada, pratos copos e afins, e parte dos comes, eu fiquei com os brigadeiros (sou expert no assunto, modéstia a parte), bebes e logística, afinal se vc não tem carro (que é o caso de ambas) e não é vendedor ambulante, levar um isopor (aliás dois) cheio de cerveja e refri pro coração da Quinta da Boa Vista é praticamente uma tarefa de gincana.


O super dindo, meu “personal designer” cuidou dos convites como de praxe (afinal esse job é dele desde o aniversário de um ano) e a super Michelle, nossa “personal cake maker” cuidou, obviamente, do bolo. Como não queríamos comer bolo com formiga, poeira e folha decidimos fazer ele já partido e embalado. A Ana que é uma artista, improvisou uma caixa para colocar o bolo com uns bichos de zoológico em cima que, quem vê, jura que ela gastou uns 3 dias na tarefa.


No meio do pandemônio da produção eu ainda tive um surto “quero porque quero” quando vi no hortifruti uma forma que corta o pão de forma em formato de dinossauro. Já imaginei as crianças comendo cada migalha de pão só pra poder devorar cabeças e pernas de dinossauros! O problema é que a Ana é quem iria fazer os sanduíches de pão de forma. Armei o maior esquema, fiz o Wil ir até a o trabalho da Ana do outro lado da cidade levar a  tal forma, e no final das contas, a Ana comprou o pão de forma sem casca, que é menor e não cabe na forma. Wil até que relevou, quando soube que perdeu a viagem...


O único detalhe é que no fim de semana escolhido para o evento não podia chover, se não babau. E de preferência também não podia fazer um solzão porque a Quinta com calor e solzão na moleira é pra leão (juro que não é trocadilho gente).


Depois de obsessivas consultas ao Cptec e o Climatempo percebemos que  ia chover pra caralho  burro e tivemos que adiar. Como no fim de semana seguinte podia acontecer a mesma coisa e poderíamos ter de adiar o aniversário das crianças até sabe lá deus quando, bolamos um plano B que era fazer um piquenique “indoor” em caso de chuva, e assim do sábado seguinte não passava. Mais uma vez a benção em forma de gente entendeu sem drama, fez só uma carinha de triste porque ia ter que ir muitos dias a aula até chegar o outro sábado pra deixar registrado, e voltou a cantar no banho, onde ela se encontrava quando fiz o comunicado.


E quarta-feira o tempo começou a virar. Quinta nubladão. Sexta nubladaço. E de noite chuva. Muita. Chorei aos soluços de tanta frutração. O marido tentava me consolar de todos os jeitos, mas como eu já estava mesmo precisando dar uma desopilada, não teve jeito: chorei até os olhos incharem e o nariz entupir, gritei impropérios aos céus, São Pedro e o escambau. Foi bom. Desopilou mesmo.


No sábado liguei cedo pro super dindo e descobri que em São Cristóvão choveu tão pouco que não deu nem pra fazer laminha no gramado, e então lá fomos nós animados e correndo contra o relógio como sempre, com o “acampamento” para a quinta.


O passeio foi um sucesso. As crianças correram, brincaram, jogaram bola, andaram de bicicleta, de skate, correram mais um pouco e ficaram muito felizes. Os pais ficaram à vontade e felizes de verem os filhos se esbaldando (que no final é só o que importa). E apesar de não termos sanduíches de dinossauro por culpa exclusivamente da Ana (rsrs) o piquenique de aniversário da Laís e do Heitor vai entrar pra história (deles é claro) como o aniversário mais incrível (até agora)!

Da série "rapidinhas": Paixão de filho

Do Heitor, pra Ana:
- Mamãe, você quer casar comigo?
- Meu amor, filho não casa com mãe.
- Filho casa com quem?
- Com a namorada.
- Mamãe, você quer ser minha namorada?

:o)