29.9.11

"Lição de latim para iniciantes" ou "Enriquecendo o vocabulário"

Meu pai é do tempo que se estudava Latim no colégio. Vira e mexe vinha ele com uma das suas "lições de Latim": - Meus filhos, vcs sabem o que é có- laborar?  ( ele falava assim mesmo com acento no ó, ele é Baiano ora essa) Có-laborar vem do latim, "labor", trabalho. Có-laborar = trabalhar com. trabalhar junto. Có-operar. Óperar com. Ajudar. Eu preciso de ajuda meus filhos!!

Daí que a mãe da criança está tipo assim "dando coice na própria sombra" ( expressão roubada também do vovô Beto, diga-se de passagem) , no auge da TPM psicopática-maníaco-homicida, falando com a criança pela 35º vez para entrar no banho para não se atrasar para escola, com toda delicadeza e fineza que lhe são possíveis nesse momento difícil da vida:

- CARACA-LAÍS-EU-NÃO-AGUENTO-MAIS-PÔRRA! TUDO-EU -TENHO-DE-REPETIR-MIL-VEZES! ACABEI-DE -ACORDAR -E - JÁ-TÔ- CANSADA! UM-DIA-EU-AINDA-INFARTO-DE-MANHÃ-CEDO! NEM -EU-ME-AGUENTO -MAIS- REPETINDO-TUDO-O-TEMPO-TODO! COLABORA-COMIGO-PELA-MOR-DE-DEUS!!

Ela revira os olhos suspira e fala:

- Tá, tá, tá mãe! Mas o que é colaborar?

A lição de latim de outrora me veio a mente mas atordoada de hormônios rebeldes como estava disse apenas:

- É A-J-U-D-A-R Laís!

- Então porque vc não diz "ajudar"? ( Diz ela com a mão na cintura e sacudindo os ombrinhos a la Queen Latifa).

- Porque eu quero que você tenha um bom vocabulário.

- Tá! Mas o que é vocabulário?( Diz ela com a mão na cintura, sacudindo os ombrinhos a la Queen Latifa e batendo o pezinho pra ajudar na indignação).

Rsrsrs + risos. Só minha filha mesmo pra fazer esse "exu caveira subir" tão rápido!

23.9.11

Pic-nic ano II - sucesso de público e de crítica!

Sério gente, pode perguntar pra quem foi: meu pacto com Santa Clara super funcionou e ela cumpriu com louvor sua parte no acordo. Os amigos mais amados e queridos estavam presentes e todos muuuuito animados com a farra.

Não vou desdenhar de casa de festa nenhuma porque se eu tivesse grana sobrando não pensaria duas vezes em alugar uma, mas como não tenho e sou obrigada a improvisar, devo também dizer sem falsa modéstia que criança nenhuma nesse mundão de meu deus acha ruim ficar algumas horas descalço correndo na grama, jogando bola, comendo bobagem, desenhando, soltando pipa... Em fim, fazendo tudo isso que a gente fez mais que eles quase não fazem mais por questões de segurança e falta de espaço.

E se sujeira for sinônimo de diversão posso garantir que esse foi um dos dias mais felizes da vida da pequena! Ela ficou um lixo! rs

A confirmação eu tive na hora de ir dormir. Ela me deu um beijo, deu um beijo "fictício" no pai (que não estava ao lado por motivos futebolísticos) e rezou:" papai do céu obrigada por tudo que eu tenho e pelo melhor dia da minha vida, amém!"

E agora segue um aperitivo:


Dia lindo na Quinta: salve Santa Clara!

D. Leoa que tá sempre dormindo, fazendo pose pra foto.

Até Seu hipopótamo que tá sempre submerso resolveu dar o ar da graça.
Todo mundo desenhando.

Esse todo feliz aí na foto comigo é o Dindo mais amado (e mais coruja) do Brasil!

Interagindo com a estátua  (devia ter filmado a reação)
PS: se vc chegou aqui agora é bom esclarecer que evito propositadamente publicar fotos da Laís (salvo raríssimas excessões)  porque tenho uma acordo com o pai, que não curte fotos dela na internet (e eu respeito e concordo).

14.9.11

Maravilha

Minha filha começou a curtir Hi-5 (que eu particularmente acho sacal) mais ou menos com 3 anos e continua gostando até hoje. Eu não curto hi-5 mais curto brincar com ela e, não sei se já comentei aqui, mas eu tenho um talento esquisito pacas: ouço uma música 3, 4 vezes e a diaba não sai mas da minha cabeça pro resto da vida. Mesmo que eu não goste. Então, eu com toda a gaiatice que me é peculiar, aprendo as letras e coreografias e ficamos as duas macaqueando na frente da TV  “Toc-toc-toc! Alguém bateu... Foi Você? Sim, fui eu!”

Há muitos anos, onde quer que eu trabalhe, sempre me despeço das pessoas com a mesma frase: “Crazy people, foi um prazer inenarrável hein?”. A essa altura, vocês já estão se perguntando se eu tomei drogas pra vir com esse papo sem pé nem cabeça, onde que eu vou chegar com essa história toda mas juro, tudo está conectado. E como já estamos chegando no terceiro parágrafo, e já dei minha volta de praxe, vamos ao sentido.

Hoje minha flor completa 5 anos. E, crazy people: é um prazer inenarrável. Sério, sem palavras. Não há palavra no mundo que expresse o tamanho do meu orgulho, da minha alegria, esse amor imenso e incondicional que parece que vai explodir nosso coração, enche nosso peito, transborda pelos olhos e...e...(peraê, pausa pra enxugar as lágrimas, e assoar o nariz)

1ª vez no colinho de mamã: inenarrável, crazy people.

Então, como me faltam palavras, vou deixar o Hi-5 que minha filha gosta tanto, falar por mim hoje.

Maravilha
Um dia feliz eu sei que vou ter
Você chegou sorrindo outra vez
Um dia feliz eu sei que vou ter
Todos vão ver e vão saber
Felizes vamos ser!
Você chegou, tudo ficou maravilhoso
Você... é tudo enfim pra mim
Você chegou e o sol brilhou maravilhoso
Você... é tudo enfim pra mim
Maravilhoso sim!
Você é sol que brilha no céu.
Pra confessar você é muito mais
Minha estrela que vem me guiar
Vou com você, e vamos ser
Amigos pra valer!
Você chegou, tudo ficou maravilhoso
Você... é tudo enfim pra mim
Você chegou e o sol brilhou maravilhoso
Você... é tudo enfim pra mim
Maravilhoso sim!
Com alegria a luz do sol virá
E esse dia irá transformar!
Você chegou, tudo ficou maravilhoso
Você... é tudo enfim pra mim
Você chegou, tudo ficou maravilhoso
Você... é tudo enfim pra mim
Maravilhoso sim!



E aí, aprenderam a letra? Então agora som na caixa, levanta da cadeira e dança comigo!

E caprichem no na-na-na, na-na-nana- naná hey, na-na-na, na-na-nana- naná,hey!

12.9.11

Pensamentos aleatórios: TPA

TPA = tensão pré aniversário. Explica-se: eu já contei aqui o drama que foi ano passado o aniversário de Laís em relação ao clima, uma vez que fizemos um pic-nic na Quinta. E esse ano eis que, novamente sem grana para a tal casa de festas dos sonhos onde vc empenha a alma mas entra e sai lindamente como convidada, o que a criança pede? Outro pic-nic na Quinta, claro.
Ano passado os preparativos me estressaram muito. Esse ano tirei de letra e já está tudo-organizadinho faltando apenas detalhes absolutamente administráveis.
Menos o tal do tempo. Eu já acessei hoje o site do "clima tenso" mais ou menos umas 7 ou 8 vezes e devo continuar repetindo ao longo da semana, a cada uma das vezes com o coração em stand by por alguns segundos até garantir o prognóstico de hoje de manhã: chuva a semana toda e... Tcha-ra-rarãm: sol no fim de semana!

Anyway estou em linha direta com Santa Clara pra ela deixar tudo alinhadinho com São Pedro que esse ano eu não quero saber de viradas malucas do tempo!

Aproveita e reza comigo, vai:

Querida Santa Clara, que seguistes de perto São Francisco, na vida de pobreza e no amor ao próximo e de Deus, olhai carinhosa para o mundo de hoje, tão necessitado de vossa proteção.
Ouvi meu pedido e concedei-me a graça que vos peço, com fé e confiança.
Como verdadeiro necessitado, rogo-vos que me alcanceis de Cristo a saúde espiritual e corporal, para mim e meus familiares.
Sobretudo, peço a vossa ajuda para o problema que me aflige..... (especificar o problema = domingo dia 18/09 tem que fazer sol)
Atendei-me, Santa Clara, pela força que tendes junto a Deus e pela fé que me faz buscar vossa proteção. Amém. 

Delírios de consumo de uma mãe coruja - II

Quem não queria uma dessas pra passear com a cria na garupa, hein? hein?

9.9.11

Seção #ficaadica: Elogie do jeito certo

Hoje recebi um e-mail de uma amiga querida da época da escola, a Tininha. A vida nos afastou, mas é aí que sou fã das redes sociais. Ao menos à distância a gente acompanha um pouco e sabe o que andam fazendo os amigos. E quão lindos e saudáveis vão crescendo os filhos. E, ela que é mãe de 3, um menino e duas meninas, gêmeas, lembrou de mim e outras amigas com filho pequeno quando leu esse textinho aí de baixo. Achei ótimo, resolvi compartilhar.


ELOGIE DO JEITO CERTO
Marcos Meier* 

Recentemente um grupo de crianças pequenas passou por um teste muito interessante. Psicólogos propuseram uma tarefa de média dificuldade, mas que as crianças executariam sem grandes problemas. Todas conseguiram terminar a tarefa depois de certo tempo. Em seguida, foram divididas em dois grupos.

O grupo A foi elogiado quanto à inteligência. “Uau, como você é inteligente!”, “Que esperta que você é!”, “Menino, que orgulho de ver o quanto você é genial!” ... e outros elogios à capacidade de cada criança.

O grupo B foi elogiado quanto ao esforço. “Menina, gostei de ver o quanto você se dedicou na tarefa!”, “Menino, que legal ter visto seu esforço!”, “Uau, que persistência você mostrou. Tentou, tentou, até conseguir, muito bem!” ... e outros elogios relacionados ao trabalho realizado e não à criança em si.

Depois dessa fase, uma nova tarefa de dificuldade equivalente à primeira foi proposta aos dois grupos de crianças. Elas não eram obrigadas a cumprir a tarefa, podiam escolher se queriam ou não, sem qualquer tipo de conseqüência.

As respostas das crianças surpreenderam. A grande maioria das crianças do grupo A simplesmente recusou a segunda tarefa. As crianças não queriam nem tentar. Por outro lado, quase todas as crianças do grupo B aceitaram tentar. Não recusaram a nova tarefa.

A explicação é simples e nos ajuda a compreender como elogiar nossos filhos e nossos alunos. O ser humano foge de experiências que possam ser desagradáveis. As crianças “inteligentes” não querem o sentimento de frustração de não conseguir realizar uma tarefa, pois isso pode modificar a imagem que os adultos têm delas. “Se eu não conseguir, eles não vão mais dizer que sou inteligente”. As “esforçadas” não ficam com medo de tentar, pois mesmo que não consigam é o esforço que será elogiado. Nós sabemos de muitos casos de jovens considerados inteligentes não passarem no vestibular, enquanto aqueles jovens “médios” obtêm a vitória. Os inteligentes confiaram demais em sua capacidade e deixaram de se preparar adequadamente. Os outros sabiam que se não tivessem um excelente preparo não seriam aprovados e, justamente por isso, estudaram mais, resolveram mais exercícios, leram e se aprofundaram melhor em cada uma das disciplinas

No entanto, isso não é tudo. Além dos conteúdos escolares, nossos filhos precisam aprender valores, princípios e ética. Precisam respeitar as diferenças, lutar contra o preconceito, adquirir hábitos saudáveis e construir amizades sólidas. Não se consegue nada disso por meio de elogios frágeis, focados no ego de cada um. É preciso que sejam incentivados constantemente a agir assim. Isso se faz com elogios, feedbacks e incentivos ao comportamento esperado.

Nossos filhos precisam ouvir frases como: “Que bom que você o ajudou, você tem um bom coração”, “parabéns meu filho por ter dito a verdade apesar de estar com medo... você é ético”, “filha, fiquei orgulhoso de você ter dado atenção àquela menina nova ao invés de tê-la excluído como algumas colegas fizeram... você é solidária”, “isso mesmo filho, deixar seu primo brincar com seu vídeo game foi muito legal, você é um bom amigo”. Elogios desse tipo estão fundamentados em ações reais e reforçam o comportamento da criança que tenderá a repeti-los. Isso não é “tática” paterna, é incentivo real.

Por outro lado, elogiar superficialidades é uma tendência atual. “Que linda você é amor”, “acho você muito esperto meu filho”, “Como você é charmoso”, “que cabelo lindo”, “seus olhos são tão bonitos”. Elogios como esses não estão baseados em fatos, nem em comportamentos, nem em atitudes. São apenas impressões e interpretações dos adultos. Em breve, crianças como essas estarão fazendo chantagens emocionais, birras, manhas e “charminhos”. Quando adultos, não terão desenvolvido resistência à frustração e a fragilidade emocional estará presente.

Homens e mulheres de personalidade forte e saudável são como carvalhos que crescem nas encostas de montanhas. Os ventos não os derrubam, pois cresceram na presença deles. São frondosos, copas grandes e o verde de suas folhas mostra vigor, pois se alimentaram da terra fértil.

Que nossos filhos recebam o vento e a terra adubada por nossa postura firme e carinhosa.

* Mestre em Educação, psicólogo, professor de Matemática e especialista na teoria da Mediação da Aprendizagem em Jerusalém, Israel.
Seus livros são encontrados na loja virtual www.kapok.com.br
Notícia veiculada na Revista Galileu – jan/2011
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2.9.11

Pensamentos aleatórios: sobre a felicidade

A gente vê tanta gente fazendo maldade com criança por aí, que de vez em quando me pego meio "paranóica". Será que Laís está sendo bem tratada no colégio? Porque ela tá sempre com a canela roxa? Será que tem alguém chutando minha filha? Será que percebo os sinais que ela me dá de que tem alguma coisa errada?

Sempre que enveredo por esse caminho paro e realizo: a Laís não anda. Ela saltita. Sério. Ela é incapaz de andar normalmente, ela tem síndrome de chapeuzinho vermelho. Uma criança que sofre qualquer tipo de maus tratos nem olha pra frente que dirá andar saltitando por aí!

Conclusão: sim, ela é uma criança feliz e sem traumas. 

E... puf! A paranóia foi embora. :o)