6.6.09

A história de uma porca

Eu disse que não queria falar sobre o episódio mudança, mas não vai ter jeito, esse vai ter que ficar registrado.

No outro blog, eu fiz uma lista das coisas que não me contaram antes de eu ficar grávida. Uma dessas coisas que não me contaram foi que sei lá porque cargas d'água, a gravidez altera tanto seu organismo que esse desequilíbrio pode te tornar uma pessoa alérgica, de uma hora pra outra.

Em resumo, depois que mudei eu queria morrer porque de tanta poeira a rinite alérgica acabou virando uma mega crise de sinusite que tive de tratar com antibióticos ao mesmo tempo em que desfazia caixa, arrumava espaço pra guardar tudo em um terço do espaço anterior e ainda tinha que, obviamente cuidar da criança.

Obviamente que doente como estava não fiz absolutamente nada direito. Nem a arrumação nem cuidar da criança. E foi então que a criança obviamente cansada de ser negligenciada e ainda tendo que se virar sozinha pra se adaptar a “nova vida” resolveu que era hora de chamar a atenção.

No último sábado todos se ocupavam com algo pela casa, quando ela abriu o berreiro, desesperada porque tinha engolido o remedinho. Enquanto eu tentava acalmá-la e entender o que tinha acontecido minha mãe veio correndo gritando que ela tinha engolido a porca. “ – Que porca?” “- Ela estava brincando com umas porquinhas, achei que não tinha problema...”.

Tinha sim.

A primeira emergência pediátrica ninguém esquece. Ligamos pro pediatra, ele disse que era pra não ficar estressada (haha! Essa é ótima!) mas que tinha que radiografar e etc...

Na clínica o saguão estava cheio de criancinha molinha, cheia de febre e a guria lá toda serelepe, quicando e infernizando as criancinhas convalescentes.

Começou todo mundo a nos olhar com aquela cara de “Que-que-esses-caras-tão-fazendo-aqui?”. Uma enfermeira nada discreta esclareceu para a audiência, olhando pra Laís e dizendo no maior volume “ – Na boquinha só pode colocar comida ,tá? Porquinha, moedinha não pode, tá bom?” (eu queria muito ser um avestruz naquela hora)

O pediatra de plantão disse que não nos preocupássemos, que se fosse um parafuso seria pior(todo mundo se diverte nessa hora, menos os pais da criança). Que era pra deixá-la comer bastaste e só usar o piniquinho até termos certeza de que a porca saiu pelas vias normais. Laís enfiou o pé na jaca de comer pizza no lanche sob esse pretexto, e no dia seguinte, a porca encerrou sua jornada no pinico.

E como vingança é um prato que se come frio, vou esperar a mocinha ter uns 16 anos e vou matar ela de vergonha mostrando a radiografia da porca junto com a fotinho dela peladinha igual o bonequinho da Michelin pro namoradinho da vez. Há!

Nenhum comentário: