29.12.09

Com a palavra Tia Magá: minha co-autora predileta.

Trabalhei nesses últimos dois meses do ano uma média de 10h por dia, e dormi uma média de 4h/noite.

Agora estou de recesso (10 enormes, estupendos e maravilhosos dias) mas confesso: morrendo de preguiça de escrever. E quero deixar claro que nunca sem inspiração. Criar, amar e educar uma criança é por si só uma tarefa que, se levada a sério ( e eu super levo) dá é muuuuuuito pano pra manga, assunto pra pauta, água por baixo da ponte, etc. etc...

Mas os sobrinhos da Tia Magá ( quem não se lembra acesse: made in england) são fonte inesgotáveis de risadas garantidas ou seu dinheiro de volta.

Eis o último e-mail recebido:

Cada uma!!!

BIANCA E ESTEBAN (nota: esses são made in Brasil mesmo! )
Na competição no Flu, um dia fui acompanhada de Esteban e Bianca fazer massagem com o Pelé, massagista amigo meu dos velhos e empoierados tempos. Ele tinha instalado sua maca no alto da arquibancada, literalmente e nada menos do que ao lado da torcida do Flamengo... estava massageando as costas de um nadador deitado de bruços na maca. Esse discreto rapaz vestia um desses novos modelos de macacão de natação na singela cor laranja claro, marcando absolutamente todos relevos e entranças do corpo (infelizmente não tão interessante assim, por isso deve ter investido no modelito questionável) e - para o espanto até das nadadoras master, ele tinha juntado todas as partes de sua genitália para acentuar o "volume"...

Olhando do penúltimo degrau da arquibancada, Bianca perguntava em alto e bom tom de tudo pra mim... "Pq ele tá puxando o braço dele? E dói? Pq ele tá batendo nele? Isso dói?" até q o Pelé mandou o moço virar de barriga pra cima... imediatamente apontou e soltou: "Tia Magy, pq ele tem aquela bola ali?"...obviamente todos viraram pra ver qual a minha reação e o que eu diria pra essa criaturinha sobre o sem-noção... "Que? Não entendi..." pra ganhar tempo, já furtacor... "Aquela bola ali, pq ele tem essa bola?"...(!!socorro!!)... "Ah, é igual ao que o Esteban tem (que imediatamente ía baixar as calças pra ver/comparar), só que a do Esteban está guardada na cueca, dentro da bermuda e a do moço está apertada na roupa de nadar" "ah, tá." e esqueceu. (UFA!!! QUE SITUAÇÃO!!!)


SASKIA
Domingo pela manhã, minha irmã Gra, minha mãe e eu tomávamos café enquanto o Dave se trocava no quarto para irmos à praia. Eis que Saskia chega dizendo: "Mummy, daddy locked himself in the bedroom", Gra: "Really?", Sas: "Yes! I keep turning the key, but I can't mannage to open the door!" ...lá foi Mummy resgatar poor Dady...

Outra: "I just found out that icecream in Brazil melts faster than in my country..."


;-)

muitos beijos,
Auntie Magy

19.11.09

Eu uso óculos II

Me ligaram da escola avisando que Laís estava com febre. Pedi para dar um anti-térmico e ela foi pra casa, onde foi recebida pelo pai ( já que eu estava presa no trabalho, onde fiquei até uma da manhã). Ele me avisou que ela também estava com um olho vermelho e lacrimejando muito.

As 3:30h da manhã ela acordou assustada gritando "papai, papai, não consigo abi meu olho".

- Calma filha, vc não toma banho, não lava o rosto depois fica com esse olho colando e quer reclamar! Disse brincando pra ela se acalmar.

Ela riu e entrou na brincadeira. Disse que era uma "pilata" e ficou muito aliviada quando acendi a luz e ela conseguiu enxergar o quarto.

Depois de muito soro consegui abrir o olho de pirata dela e ela se acalmou de vez: "agola tô vendo o quarto todo!"
- Ah, tá? Então fecha o olho de novo e dorme que isso não é hora de ficar de papo.

Quando a vó acordou ela falou: "vovó, meu olho tá estagado!"
A vó brincou e disse que então ia ter que trocar por um novo.

Expliquei que teríamos que ir ao médico para ver o motivo daquele olho e da febre. Acho que minha filha é meio hipocondríaca, porque ela adora ir ao médico. Ela se animou toda e perguntou:
- eu vô podê i com meu óculos, mamãe?
- Vc deve minha filha. Ajuda a proteger esse dodói de poeira e tudo mais.

Ela saiu prosíssima da silva com os óculos novos pra ir ao médico e fiquei impressionada como não quis tirá-lo até chegarmos a clínica.

Quando foi nossa vez, o médico perguntou:
- E aí, o que a mocinha tem?

Wilson disse pra ela mesma contar pro médico o que ela tinha. Então ela decretou:
- Meu olho tá estagado!

O médico riu e disse que então a gente ia consertar. Examinou, examinou e a grande frustração dela foi que não deitou na maca (eu hein!).

O diagnóstico? Conjutivite+ resfriado.

:o(

Eu uso óculos

Mamãe deu um óculos escuro pra Laís que o vendedor jurou que tinha proteção uv e o escambau. O problema foi que ela comprou o óculos em "USA" como diria uma amiga minha: "uruguaiana squina com alfândega". É claro que o óculos é legal de brincar coisa e tal, mas pra proteger de verdade não serve.

Aí andei lendo umas matérias no guia do bebê que diziam que devemos proteger os olhos dos pequenos desde pequenos assim como fazemos com os nossos. Faz todo sentido. Se o sol faz mal pro meu olho porque não haveria de fazer pro dela? Resolvi comprar um óculos responsa pra garota.

Cheguei em casa e falei:
- filha comprei um presente muuuuuito legal pra vc!
- É mamãe? De come ou de usá?
- De usar.
--O que?
- Vem ver...

A caixinha já deixou-a boquiaberta: é em formato de cachorro, rosa Barbie. Tirei o óculos de dentro e mostrei a ela, que fez um hããããmmmmm desse tamanho e colocou as duas mãozinhas no rosto pra ajudar na performance de espanto.

- Não é chic de doer filha?
- É mamãe, chic de doê!!

Quando a chegou de viagem no domingo as duas estavam conversando e eu disse pra ela contar da do presente. Aí ela vira pra e diz:

-Vovó eu ganhei da mamãe um óculos de doê!
- De doer? Como assim?
- É vovó, de do-ê. Repetiu ela separando as sílabas que era pra ver se a entendia.

Acudi:
- Mãe, é "chic de doer" ela só esqueceu do chic...

25.9.09

Se liga mamãe ( II )!

De manhã cedo Laís estava pronta pra ir pro colégio e nada do transporte chegar... Esperei, esperei e nada. Liguei e ele tinha esquecido de passar pra pegar a criança.

Fui então correndo tomar banho para levá-la pro colégio de táxi a tempo de pegar "a rodinha" (que corresponde ao primeiro tempo de aula, digamos assim) tentando imagir como alguém consegue esquecer da Laís ( da licença, vcs lembram onde estão né? ok, vou prosseguir então).

Saí do banho e encontrei a princesinha linda-cheirosa-arrumada-e-penteada literalmente rolando no chão, já consideralvelmente amarrotada e descabelada.

Comecei a berrar:

- Pelamordedeus filha! Levanta desse chão! Que vc vá pro colégio e brinque e fique imunda tudo bem, mas se vc já chegar no colégio assim vão pensar que eu não cuido de você! Levanta daí!!!!

A criatura levantou calmamente, bateu as duas mãozinhas nos joelhos pra limpar a sujeira e depois levantou as duas na minha direção dizendo:

- Mamãe: menos!

- Como assim "menos", sua criatura insolente?

- Menos, mamãe, menos! respondeu ela séria.

Tá boa essa pra vocês né?

21.8.09

Primeira semana de aula

Como era de se esperar Laís abafou no seu primeiro dia de aula. Adorou o colégio, brincou até dizer chega e só ficou triste porque não brincou no areal. Nem sentiu falta da avó, que obviamente como é normal em qualquer adaptação estava lá do lado pra qualquer revertério, já que a mãe da criança (essa pobre Isaura que vos escreve) se encontrava absolutamente incapaz de conciliar o trabalho no pelourinho com a adaptação ao turno da tarde.

Segundo dia: sucesso de público e de crítica.

Terceiro dia: a avó foi dispensada da presença integral. E... começou o problema. Não foi a ausência da vó, foi a adaptação ao horário. Como ela teve que chegar no colégio, justamente no horário em que ela dormia após o almoço, ela começou a ficar exausta. Então no quarto dia ela chorou e fez manha que não queria ir, mas acabou convencida e foi. Na volta caiu em um pranto inconsolável porque uma amiguinha tinha batido nela com uma almofada e ela nunca mais queria ir na escola.

Ai meu deus, que eu me lembre eu só não quis "nunca mais ir ao colégio" depois que comecei a ter prova de matemágica (não errei não, pra mim é matemágica mesmo).

Ela chorou tanto que fiquei assustada. Resolvi mandar um bilhete pra tia (desculpem eu sou do tempo da tia, não acostumo com isso de chamar a tia de professora). Hoje a diretora da escola me ligou explicando na que verdade a amiguinha citada era a professora de psicomotricidade. E que acertou ela propositatamente (e, diga-se de passagem controladamente, óbvio) com a almofada por que fazia parte do exercicio. Na hora eu me contive, mas depois me escangalhei de tanto rir lembrando que tanto eu quanto a avó dissemos pra ela que ela não podia sair batendo nos amigos, mas que se batessem nela ela tinha que se defender e revidar! Imagina se ela ouve o conselho e resolve bater na professora e ainda dizer que foi a mãe que mandou! Que mico!

Acabei combinando com a direitora que semana que vem a pulguinha vai chegar mais tarde na aula, pra que possa tirar seu sono de beleza e não ir pra escola tão estressada assim... ai, ai...

A parte engraçada da adaptação na escola foi a conversa de ontem de manhã. Temos um novo ritual: enquanto eu tomo banho pra ir pro trabalho ela fica sentadinha num banquinho do lado de fora do box, conversando comigo e esperando o espelho embaçar pra ela começar a brincar de desenhar.

Já estava no chuveiro quando ela entrou, sentou deu um suspiro desconsolado e apoio o queixo nas mãozinhas.

- O que foi filha? Tá triste?
- Hum hum!
- Porque meu anjo?
- Ah mamãe poque eu ainda não sei lê!
- Mas filha, não é rápido assim não, demora muito sabe? Não tem nem uma semana que você entrou no colégio.
- Ah, mas eu não sei nem lê nem esqueve! Eu quelia taaanto lê...
- Filha, vc ainda vai fazer 3 anos. Sabe com que idade a gente aprende a ler? Com 6! É muito mais do que você tem! É tudo isso ó (mostrei com as mãos quanto é 6).
- Então eu só quelo estuda quando fize 6 anos!
- E até lá?
- Até lá eu vô bincá, ué!
- Só brincar?
- Só bincá!

Então tá falado.

30.7.09

Não sou tesoulo!

Dando continuidade a série “o que é isso, mamãe?”, estávamos as duas pela manhã as voltas com a limpeza da gaiola de Catarina, quando iniciou-se um diálogo mais ou menos assim:

- Mamãe o que é tesoulo?

- Tesouro filha, é uma coisa muito rara de achar e muito preciosa.

- O que é ralo mamãe?

- Hum... É uma coisa que tem só um pouquinho... Por exemplo: tem uma porção de passarinho, mas ursinho panda só tem uns pouquinhos num país bem longe, a China. Entendeu?

- Mas o que é pecioso?

- Ah filha, precioso é assim uma coisa que além de raro, é muito mais muito importante mesmo, sabe? Como você é pra mim. Você é meu tesouro!

- Não sou tesouro mamãe!

- É sim filha, mas ser tesouro não é ruim não filha, é bom! Você é meu tesourinho!

- NÃO- SOU-NÃO! (respondeu ela zangada)

- Porque não?

- Porque eu não- quelo-se- tesoulo!

- E você quer ser o que então?

-PÍN-CE-SA!

O que é isso mamãe?


Da série "coisas que não me contaram quando fiquei grávida": antes da famosa fase do “porque”, que segundo contam começa lá pelos 5, 6 anos de idade, tem a fase do “o que é isso mamãe?” Tão chata quanto, e que requer tanta paciência quanto a famosa outra fase.

Quando são perguntas pertinentes, ou seja, coisas que ela realmente ouviu mas não sabe o significado tudo bem. Aliás, tudo bem as vezes, porque tem umas que são duras. Ok perguntar: “mamãe, o que é colabolar?” "É ajudar filha"...
Mas perguntar “mamãe o que é incoelente?” é dose. Como é que se explica um troço desse pra uma criança de 3 anos?
- Ah, filha é uma pessoa assim, que diz uma coisa e faz outra, sabe?
Não não sabe. E insiste:
- Mas o que é incoelente ma-mãe!?
- Sei lá filha. Não sei explicar. A mamãe não sabe tudo! Posso pular essa pergunta?

Posso. Ufa!

Tem vezes que ela quer só puxar assunto e vem com umas perguntas bobas que ela tá cansada de saber a resposta:

- Mamãe o que é biscoito?
- Pô filha, é isso aí que você ta comendo!
...
- Mamãe, o que é vaca?
- Com assim o que é vaca Laís? Você já cansou de ver no Discovery que a vaca é aquele bicho que dá o leite que a gente toma da caixinha. E você já viu uma vaca de verdade. Só o que você não sabe é que quando ela morre a gente faz aquele churrasquinho que você adora comer com farofa! (é eu pego pesado as vezes, eu sei).


Mas apesar de não ser a pessoa mais paciente ou original até que tenho ficado satisfeita com algumas das respostas que tem me ocorrido. A melhor de todas foi:

- Mamãe, o que é homem?
- Homem filha, é um menino que cresceu. A única diferença é o tamanho!

;o)

Um pé de que?



Minha mãe dia desses estava explicando pra Laís que no nome do pai e da mãe dela tinham árvores.

Daí ela explicou que a Macieira da a maça, que a Laranjeira dá a laranja...

- E a bananeira?

- Banana!

- Isso muito bem!

- E a Oliveira?

- Não sei vovó....

- Ah! A oliveira da a azeitona!

- Azeitona?

- Isso mesmo.

Então no outro dia...

- Filha, a vovó me contou que você aprendeu os nomes das árvores.

- Foi mamãe!

- E que você aprendeu que tem árvore no nosso nome!

- Foi mamãe!

- E você lembra qual é meu nome todo?

- Kalen Macieila do Nascimento!

- Isso! E o seu?

- Laís Azeitona de Oliveila!

A história da Catarina


Eu prometi, então vou contar. Quando resolvi me mudar sabia que iríamos para um lugar onde, diferente do que foi desde que ela nasceu, não haveriam crianças pra ela brincar, nem lugares próximos para passear.
Então morrendo de culpa mas sem opção porque tinha de me mudar, prometi a ela que quando nós mudássemos para uma casa daria a ela uma coelha.
Pesquisei na internet e descobri que existem raças de mini-coelhos (que não passam de 2kg) que são muito dóceis, de baixo custo de “manutenção” e fáceis de cuidar.
Difícil foi convencer a criança de que a coelha não poderia ser rosa. Ela queira porque queria que a coelha fosse cor-de-rosa.
O nome foi escolhido por ela. Um pouco antes de eu comunicá-la de que iria ganhar uma coelha fomos a uma festa onde o mágico tinha uma marionete a quem ele chamava de Catarina.
Quando perguntei que nome ela queria dar, esse estava “fresquinho” na cabeça dela e foi assim que a  batizou “Catalina”.
Começamos a fazer planos:
- Quando a Catarina chegar você vai me ajudar a cuidar dela né?
- Vou mamãe!
- E você vai dar comidinha pra ela?
- Vou mamãe!
- E vai colocar ela pra brincar?
- Vou mamãe!
- Vai ficar com ela no colo?
- Vou mamãe! Mas mamãe... Cocô e xixi você limpa tá?
:o[
Tá né. Fazer o que?

2.7.09

Catarina

Então, prometo que vou contar todas as historinhas dela, mas ando trabalhando feito Isaura e nessas ocasiões eu sempre fico cansada demais pra escrever.

Por hora basta saberem que essa fofura da foto aí de cima é a Catarina, a mini-coelha (é mini mesmo, não cresce não) que dei de presente pra Laís. O nome, foi ela mesma quem escolheu.
Tem porque. Eu conto. Juro que conto, mas outro dia...

12.6.09

+ uma da série: mamãe, eu gosto só de cor de rosa!

- Mamãe, eu não gosto de noite.
- Ué filha, mas porque não?
- Ah! Eu não gosto...
- Eu não gosto não é explicação. A noite é tão boa quanto o dia filha. A gente vê desenho, lê historinha, descansa pra poder brincar mais no dia seguinte...
- Mas de noite o céu fica azul esculo mamãe! Eu não gosto de azul esculo!

Aí o pai interveio:
- E se o céu fosse cor de rosa ao invés de azul claro filha?

Os olhinhos dela se iluminaram, ela abriu um sorrisão:
- Hããnn! Ah papai aí eu ia gostá muito!! Ia se muito lindo né?

Ia. Sem dúvida que ia.

6.6.09

A história de uma porca

Eu disse que não queria falar sobre o episódio mudança, mas não vai ter jeito, esse vai ter que ficar registrado.

No outro blog, eu fiz uma lista das coisas que não me contaram antes de eu ficar grávida. Uma dessas coisas que não me contaram foi que sei lá porque cargas d'água, a gravidez altera tanto seu organismo que esse desequilíbrio pode te tornar uma pessoa alérgica, de uma hora pra outra.

Em resumo, depois que mudei eu queria morrer porque de tanta poeira a rinite alérgica acabou virando uma mega crise de sinusite que tive de tratar com antibióticos ao mesmo tempo em que desfazia caixa, arrumava espaço pra guardar tudo em um terço do espaço anterior e ainda tinha que, obviamente cuidar da criança.

Obviamente que doente como estava não fiz absolutamente nada direito. Nem a arrumação nem cuidar da criança. E foi então que a criança obviamente cansada de ser negligenciada e ainda tendo que se virar sozinha pra se adaptar a “nova vida” resolveu que era hora de chamar a atenção.

No último sábado todos se ocupavam com algo pela casa, quando ela abriu o berreiro, desesperada porque tinha engolido o remedinho. Enquanto eu tentava acalmá-la e entender o que tinha acontecido minha mãe veio correndo gritando que ela tinha engolido a porca. “ – Que porca?” “- Ela estava brincando com umas porquinhas, achei que não tinha problema...”.

Tinha sim.

A primeira emergência pediátrica ninguém esquece. Ligamos pro pediatra, ele disse que era pra não ficar estressada (haha! Essa é ótima!) mas que tinha que radiografar e etc...

Na clínica o saguão estava cheio de criancinha molinha, cheia de febre e a guria lá toda serelepe, quicando e infernizando as criancinhas convalescentes.

Começou todo mundo a nos olhar com aquela cara de “Que-que-esses-caras-tão-fazendo-aqui?”. Uma enfermeira nada discreta esclareceu para a audiência, olhando pra Laís e dizendo no maior volume “ – Na boquinha só pode colocar comida ,tá? Porquinha, moedinha não pode, tá bom?” (eu queria muito ser um avestruz naquela hora)

O pediatra de plantão disse que não nos preocupássemos, que se fosse um parafuso seria pior(todo mundo se diverte nessa hora, menos os pais da criança). Que era pra deixá-la comer bastaste e só usar o piniquinho até termos certeza de que a porca saiu pelas vias normais. Laís enfiou o pé na jaca de comer pizza no lanche sob esse pretexto, e no dia seguinte, a porca encerrou sua jornada no pinico.

E como vingança é um prato que se come frio, vou esperar a mocinha ter uns 16 anos e vou matar ela de vergonha mostrando a radiografia da porca junto com a fotinho dela peladinha igual o bonequinho da Michelin pro namoradinho da vez. Há!

1.6.09

Mamãe, eu não gosto de azul escuro, só de cor de rosa!

Eu juro, alguém ainda tem que fazer um estudo científico sobre essa atração fatal entre meninas e cor de rosa.

É sério. Outro dia fiz uma rápida enquete na pracinha (ok, eu me dou ao trabalho e daí?) entre meninos na faixa de 4 anos. A pergunta era simples: qual a sua cor preferida? As resposta variavam bastante e as mais citadas foram verde, azul, vermelho e branco, mas reparem: azul não era a primeira a ser citada e nem a única preferida. Repita o estudo com meninas da mesma idade e a única variação que você vai ouvir de rosa é rosa claro, rosa escuro e lilás.

Da minha parte faço muito esforço desde que Laís era bebezinho para evitar a monotonia monocromática do armário mas o fato é que sempre teve muito rosa, uma vez que as opções quando elas são pequenininhas variam entre o rosinha, amarelinho e verdinho. Tudo muito inho mesmo.

Enfim, começou o friozinho e lá fui eu comprar uma nova leva de moletons porque os do ano passado não cabem mais, óbvio. É claro que tinha o fatídico rosa e tal do amarelinho, mas optei por cinza mescla, vermelho e azul marinho.

Na primeira friaquinha peguei o moleton azul, com o tênis prata e uma blusa de manga comprida azul marinho branca e vermelha ( que de propósito combinava com os 3 moletons) e separei na cama. Quando ela saiu do banho e viu aquela roupa separada balançou a cabeça em negativa com veemência e disse:

- Mamãe, eu não gosto de azul escuro...

- Mas filha, essa roupa é linda, fica super fashion com esse tênis...

- Mas eu não gosto de azul escuro ma-mãããe.

- Ah filha mas essa camisa é do surf, vê só!

- Eu não gosto. Eu gosto só de cor de rosa!

Fui obrigada a refletir. Não tinha predileção por rosa na idade dela, mas lembro muitíssimo bem que não gostava de azul marinho simplesmente porque eu continuo não gostando de vestir roupa azul marinho até hoje. Sei lá se é porque me remete ao uniforme da escola ou ao uniforme de aeromoça, o fato é que eu não gosto mesmo. E minha mãe adora. E a volte e meia ela me aparecia com alguma roupa que eu era obrigada a dizer com todo carinho: - É mãe, é lindo esse modelo, mas é eu não tenho nada que combine com azul marinho...

Ora pitombas, se eu não gosto de azul marinho porque então a menina que já é cheia de personalidade vai ser obrigada a usar? Isso é que não!

Comentando o fato com uma senhora que fabrica bolsas ela me deu uma super idéia: bordar flores rosas no moleton! Perguntei a Laís se ela ia gostar que o moleton tivesse flores rosas e ela achou que vai ficar lindo.

Fim do drama, e mamãe coruja que aprenda essa lição: criança também tem preferência e é bom que a gente respeite.

Laís e o $$$




Laís anda colecionando moedinhas. Cada uma que ela acha espalhada pela casa ela imediatamente pega e defende com brados ferozes:
- É minha! Vou guadá pra compá paçoca!
E ponto final: é dela. Pelos meus cálculos com essa estratégia o “fundo da paçoca” já deve dar pra comprar umas 5 ou 6.
Vai longe essa menina...
----
Estávamos andando na estrada indo fazer compras pro lanche no mercadinho aqui perto e Laís diz:
- Mamãe, eu quelia compá uma coisa po lanche...
Eu resolvi provocar um pouquinho:
- Ta bom filha, a mamãe compra uma fruta pra você...
- Ah não mamãe! Eu quelia milho! (essa me pegou de surpresa)
- Então tá filha, a mãe compra milho, beleza.
- Vc compa mamãe?
- Compro filha, compro sim.
- Vc tem pila, gana, mufunfa?

14.5.09

A vó da Laís

A vó da Laís é a pessoa mais reclamona e teimosa que eu conheço. E também de longe, a mais generosa e leal.

A vó da Laís merece muito, mas muito mais do que um texto atrasado e pouco inspirado de dia das mães, mas ela sabe melhor do que ninguém como tem sido esses meus dias.

Parentese: algúem aí já experimentou se mudar com uma criança de 2 anos a tira-colo? Talvez um dia eu escreva sobre isso (disse talvez porque pode ser que prefira esquecer esse episódio).

Tenho uma admiração profunda pela minha mãe, mas o melhor que eu consegui dizer foi:
- Mãe, se a Laís que é tranquila já me enlouquece, eu imagino vc com um filho de 4, um de 2, uma recém-nascida e ainda por cima sem fralda descartável!! Você é incrível!

Pra dizer pra minha mãe o que gostaria mais não tenho inspiração vou pegar emprestadas as palavras do meu querido poeta Quintana:


Mãe...
São três letras apenas
As desse nome bendito:
Também o céu tem três letras
E nelas cabe o infinito
Para louvar a nossa mãe,
Todo bem que se disser
Nunca há de ser tão grande
Como o bem que ela nos quer
Palavra tão pequenina,
Bem sabem os lábios meus
Que és do tamanho do CÉU
E apenas menor que Deus!


Tenho sorte de ter você. A Laís tem sorte de ser sua neta. Te amo.

3.5.09

Como torturar uma mãe das 6 às 8 da manhã

Ando numa fase difícil e com isso acho que estou com uma certa tendência a achar tudo muito chatinho.

Só isso explica porque de uma hora pra outra eu que adorava o capricho da programação infantil do Discovery Kids (e da Nick e da Disney a reboque) passei a achar tudo um tédio. De tão entediante começou a me dar gastura. Acabei desenvolvendo uma estranha obsessão ao assistir desenhos-animados-politica-e-pedagogicamente-corretos, mas falarei dessa obsessão em outra ocasião, pra não fugir do tema proposto que é a lista de tortura que pensei numa manhã dessas.

Queria antes porém fazer um parêntese porque sempre estudei de manhã e sempre acordei cedo mas isso não signifca que eu goste disso. Agora que a Laís tá maiorzinha fizemos um trato mais ou menos bacana: se eu for pra sala com ela, ela permite que eu cochile no sofá mais um tempinho enquanto ela fica na dela vendo desenho.

A questão é justamente o tempinho, que varia de acordo com a fome dela ou o quanto ela esteja interessada no desenho porque se interessar a ela, ela deduz que interesse a mim também e aí já viu...

Então, com vocês, a lista:

- Acorde às 6 em ponto e chame sua mãe. Se for 15 para as 6 então, melhor. Se ela fingir que ainda dorme grite muito alto até que ela com medo que você acorde a vizinhança toda mande seu pai ir ficar com você.

- Quando vir o seu pai, e não sua mãe, grite e esperneie mais ainda como se tivesse visto a própria Cuca em pele e peruca loura.

- Quando sua mãe entrar no seu quarto brigando pra você parar de berrar, pare imediatamente, ponha os dedinhos na boca, fungue e diga num sussuro: - Mamãe, eu quelia você...

- Depois deixe ela deitar ao seu lado e faça cara de sono, até feche os olhinhos pra ela se iludir e achar que você vai dormir de novo e que ela também vai poder.

- Quando ela estiver animada com essa idéia tasque dois beijões estalados nas bochechas dela e diga: -"Codo,codo?" ( que nem ela fazia quando vc era neném). Dê o melhor dos seus sorrisos e sugira: -Vamo na sala um poquinho?

- Peça pra ver qualquer um desses desenhos: Super fofos, Pistas de Blue, Dora Aventureira, Go Diego, A casa do Mickey, Caillou, Little people, Os heróis da cidade.

- Quando notar que ela começa cochilar peça o Toddy que ela já tinha oferecido e você disse que não queria.

- Negue o sucrilhos que ela ofereceu quando foi buscar o toddy. Quando ela sentar e começar a cochilar de novo aí você fica com fome e vontade de comer sucrilhos.

- Faça ela desistir de uma vez por todas dessa tolice de cochilar fazendo-a levantar e fazer a "Mickey dança" com vc. Se for preciso berre, ela não gosta mesmo de acordar os vizinhos...

:o(

Não sou teimosa não!

Tem algumas situações com as crianças que a gente tem que ficar sério pra não perder a moral (ou até mesmo pra não desrespeitar o pequeno ser afinal de contas) mas que de verdade dá vontade de rir dá. Quem já não passou por uma dessas?

Acordei com uma mega crise alérgica. Depois de uns 50 espirros e algumas horas sem respirar pelo nariz resolvi tomar um banho quente pra ver se melhorava um pouco a situação.

Acordei Wil e pedi que ficasse com a Laís pra mim. Quando desliguei o chuveiro e comecei a me enxugar, escutei a seguinte discussão vinda da sala:

- Laís para com isso, vai bater no seu olho e vai machucar.
- Não paro não!
- Minha filha, vai bater no seu olho e depois você vai vir chorando!
- Não papai! Eu quelo faze isso!
- LAÍS, PARA VOCÊ VAI SE MACHUCAR!
- NÃO PAPAI! EU- QUE-LO FA-ZE!
-Como você é teimosa minha filha!
- Não sou teimosa não!
- É sim!
- Não sou teimosa não!
- É teimosa sim!
- Não sou não! Não sou teimosa! Hãããm!
- "É sim." Nesse "é sim"eu pude perceber que ele já estava se segurando pra não rir.
- Não sou, não sou, não sou!
- "Então é o que?" Ele claramente desistiu já não devia mais conseguir segurar o riso...
- Eu sou boa-zi-nha!

E nessa eu já estava me escangalhando de rir no banheiro, já que dessa vez eu não precisava manter a compostura.

23.4.09

Palavrinha mágica

Eu tinha acabado de ler uma histórinha antes dela tirar o seu "sono de beleza" da tarde. Ela já tinha até ficado quietinha quando tirou o dedo da boca e exclamou:

- Mamãe, quelo água!
- Hãn? Acho que não tô ouvindo direito...
- "QUELO ÁGUA!" Berrou ela, achando que eu não estava ouvindo literalmente.

- Não filha, acho que tá faltando a palavrinha mágica...
- Abacadaba mamãe!

15.4.09

Se liga, mamãe!

Não, ela ainda não falou isso, mas juro, não está longe o dia.

Eu sei, eu sei, a criança não tira as coisas da cabeça dela, ela repete o que ouve a gente dizer e eu tenho dado boas risadas com ela me chamando de "camalada" (o pai usa muito essa palavra, com r, claro) e incluindo "calamba" em algumas respostas, como:

-Tá com fome filha?
- Um-hum! Tô com fome pa calamba!

O detalhe é que na hora que caio na risada ela pergunta:

- Você tá rindo do que mamãe?
- De você filha, falando "caramba"!
Ela ri e sentencia: -Ai, ai... eu so engaçada pa calamba!

Ontem na hora do jantar estávamos naquela conversa de cerca lourenço de "cadê a boca de jacaré? E a de leão? " Pra fazer fita e colocar a comida pra dentro e ela me vem com essa:

- Mamãe, minha língua é rosa!
- Eu sei filha.
- A sua também é né?

- "E a do papai, do Heito, da tia Ana ..." (lista infinita) Interrompi:
- Ah! Mas eu sei quem não tem a língua rosa! A girafa! Sabe de que cor é a língua dela?
- "Azul!" Respondeu ela toda faceira.
- "Como é que você sabe disso?" Respondi espantada.
- Ué, você me falo né mamãe?

Agora me diz, ela podia ou não podia ter completado com um "se liga mamãe"?

12.4.09

Filha de chocadeira


7:2oh da manhã. E o costumeiro grito de "mamãããããe!" me acorda. Corri antes de começar a série de gritos. Quando já ia me atirar na cama dela pra fazer a preguicinha de sempre antes de levantar de vez, ela fez que não com a cabeça e avisou: cocô!

Corremos para o penico e foi então que ela viu as pegadas do coelho. Fez um "ããããnnn!"(daqueles que a gente inspira pela boca ao mesmo tempo) desse tamanho e exclamou espantada:

- Olha mamãe!

- Ããããnnn! Filha são as pegadas do coelinho! Ele já veio! Vamos procurar onde ele escondeu seus ovos?

- Um hum!

E saiu andando pela casa dizendo "ele foi no seu quato mãe! Aãããnnn!" Ele foi no meu quato também!" Enfim achou a cesta com os ovos e não deu muita atenção aos chocolates. Me fez abrir ovo por ovo pra tirar a surpresa que tinha dentro... De repente parou ficou cabisbaixa e falou num fio de voz:

- Tô tiste mamãe...

- Porque filhota?

- Poque eu não vi meu quelido coelinho...

- Mas filha, o coelinho é assim que nem o papai Noel: ele vem de noite quando as crianças estão dormindo, se não ele fica um tempão brincando com a criança e depois acaba se atrasando pra entregar os ovinhos das outras, entendeu?

- Um-hum...


Entendeu mas não se convenceu. Superamos rapidamente o momento de melancolia experimentando o batom que veio no ovo da Polly. Em seguida já estava toda convencida indo acordar o pai pra mostrar as novidades.

A cada visitante que chegava ela mostrava satisfeita a prova de que o coelho tinha passado por aqui.

A dinda veio almoçar, e o assunto girou bastante sobre o tema neném (que a dinda está esperando) e então à tardinha enquanto brincávamos eu ela e a avó de massinha ela diz:

- Sabe vovó que eu molei na barriga da minha mãe e depois eu sai de lá?

- É mesmo? E você sabe da onde a sua mãe saiu? Da minha barriga!

- Não vovó!

-Foi sim, da minha barriga!

- Não foi vovó!

- Então foi de onde?

- Do kindelovo!

 

3.4.09

Quem sabe um dia...

Tem coisas na vida, que só tem graça se a gente divulgar. Que nem aquela piada do cara na ilha deserta com a Sharon Stone. (não conhece? Que pena, aqui não é lugar pra contar...)

Enfim, a editora Zahar lançou um livro que fala sobre gravidez e adivinha quem tá lá na lista de links relacionados pra quem quiser se informar mais sobre o assunto? O diário de uma mãe coruja! A corujona aqui ficou toda sisi!

Não gente, não é meu livro ainda, mas quem sabe um dia... Minhas 4 leitoras fiéis (mamãe, minha comadre e mais duas amigas) acham que eu devia pensar nisso...

Errata: o livro será lançado no dia 22/04!

Negociando

Influenciada pelo DVD da Palavra cantada , Laís que até então não tinha sacado que podia ter companhia permanente pra brincar (meus especiais agradecimentos a Sandra Peres e Paulo Tatit), decretou:

- Mamãe, eu quelo um imãozinho!

- Filha um irmão está completamente fora de cogitação.

-O que você falo mamãe?

- Está fora de cogitação.

- O que que é isso?

- Significa que não vai rolar, você vai ser filha única, só você, sem irmãozinho pra dividir a mamãe o papai e os brinquedos, sacou?

- Saquei. E uma imãzinha?

- Também não. Serve um porquinho da índia?

- Serve!!

- Resolvido então, foi um prazer negociar com você!

- O que é isso "negocia"?

30.3.09

Up-date: adeus mamadeira

Diário de bordo, data estelar 30 de março. Hoje completa uma semana que mandamos a mamadeira pro espaço.

No dia seguinte da noite semi-em-claro dormimos melhor, mas passou o dia muito manhosa e chorosa.

Ao longo da semana pareceu se conformar, e de manhã até nem ligava muito pro Toddy agora servido só na caneca. Antes não deixava gota, agora sempre sobra um restinho.

Esse fim de semana teve febre do nada e desapareceu do nada também. Teria sido emocional, ou viagem minha? Mistério.

Hoje de madrugada pediu pra vir pra nossa cama (coisa que não fazia há tempo) e pediu o Toddy. Chorou um pouquinho mas dormiu logo. Enfatizo sempre que a dentista não deixa, que foi a dentista que proibiu.

E agora eu estou agradecidíssima por ser a dentista a megera que tirou a mamadeira e não eu.

25.3.09

Adeus mamadeira


Há mais ou menos 2 semanas Laís levou um tombão e abriu o lábio superior com os dentes. Foi o maior susto, ela ficou com um baita bocão de Angelina Jolie por dois dias mas se recuperou a uma velocidade tão impressionante que fiquei imaginando se ela teria algum gen mutante, estilo Wolverine.

O problema foi que percebi que o dentinho da frente, o grandão que bateu, ficou um pouco escuro. Corremos pro dentista.

Expliquei a ela com antecedência como seria, que o dentista ia olhar o dentinho dela com um espelhinho, que ia passar maquininha e tudo o mais. Ela ficou muito prosa de ir ao dentista e se comportou muitíssimo bem.

Vamos ter que radiografar pra saber o grau do dano no dente, aproveitamos pra já aplicar o flúor mas a dentista foi categórica: mamadeiras a partir de agora, no lixo. Disse que mamadeira de madrugada é veneno que conhece crianças de 3 anos com TODOS os dentinhos cariados por causa de mamadeira que não dê mais mamadeira e acabou-se.

A hora de dormir foi complicada, a bichinha chorou muito que queria o Toddy dela, mas eu não estava em casa, estava na aula. Foi o pai quem conseguiu colocá-la pra dormir sem toddy. A madrugada foi um pesadelo. Ela acordou e pediu mamãe e toddy, nessa ordem.

Quando disse que mamãe tava ali mas toddy não rolava começou o berreiro. Acho que quando ela era neném e só chorava mas não sabia falar doía menos. Os diálogos foram assim (por horas e horas):
- Pode um suquinho então?
- Não filha.... só aguinha. Vc quer?
- Nãããooo!!! Desculpa mamãe! (aos prantos)
- Não precisa pedir desculpa filha, vc não fez nada de errado. Para de chorar florzinha...
- Mas eu quelo pedi desculpa!
- Tá bom então filha, tá desculpada...
- Então posso toma meu Toddy?
- Filha vc não está de castigo. É pro seu bem que não pode. Toddy a essa hora estraga o dentinho...
- Po favo mamãe, só um Toddy banco... ( implorava ela)
- Não pode anjo...
- Nunca mais?
- Durante o dia pode filha! Quando vc acordar mamãe faz um bem grandão!

Mais choro.

De repente ela parava de chorar cansada, mas ficava lá com o olhão arregalado olhando pro teto. Ficamos nessa até o dia clarear e ela pegar no sono, exausta.

Eu só digo o seguinte, a gente como mãe se esforça pra criança não ter medo de médico de dentista e tudo mais, mas francamente eu bem que vou entender quando na próxima visita ela não ficar mais tão prosa e tão serelepe assim pra ir ver a megera da dentista!

24.3.09

#ficaadica: 10 dicas 10

Entre outras coisas que eu adoro, a revista Crescer tem uma série de pequenas matérias que são sempre 10 dicas bem bacanas sobre diversos temas como: como fazer pra seu filho dormir bem a noite, como continuar namorando o maridão depois dos filhos, etc etc...

A última que eu li e adorei foi essa aqui:

10 passos para lidar com a birra da criança. E não perder a classe.

por Monica Brandão e Tamara Foresti


1. Por pior que seja o “espetáculo”, NUNCA, JAMAIS, em tempo algum bata no seu filho.

2. Antes de sair, previna-se de possíveis contratempos. Se vai ao supermercado, fale que a criança tem direito a escolher dois doces, por exemplo.

3. Não ceda às manipulações. Mostrar que birras não dão resultado é um jeito de desestimulá-la a repetir a cena.

4. Avise seu filho que só conversará com ele depois que ele se acalmar (e você também...).

5. Se precisar dar uma bronca na criança, espere ela terminar de espernear e explique por que está sendo punida. É importante que ela entenda o que fez de errado e, para isso, precisa estar tranqüila para conseguir ouvir o que você tem a dizer.

6. Não brigue com seu filho na frente de todo mundo; isso o fará se sentir humilhado.

7. Desvie o foco da criança. Mostre um objeto diferente, o cachorrinho passando na rua, o avião lá no céu... Use a criatividade!

8. Algumas vezes, por trás da birra existe uma criança com fome, sono ou carente. Se for esse o caso, responda pacientemente e faça um carinho. Às vezes, é só disso que ela precisa.

9. Simplesmente ignorar a birra também pode dar bons resultados. Respire fundo.

10. Se não tiver como conter o show no meio da loja, simplesmente pegue seu filho no colo e vá embora. Sem escândalos. Ele vai perceber que não adiantou nada e você evita o constrangimento.

9.3.09

A EXCOMUNHÃO DA VÍTIMA

Tentei em vão escrever sobre esse assunto, mas de tão enojada, de tão indignada, de tão repugnada (se é que existe essa palavra) não consegui.

O Felipe Barcellos que escreve bem pacas( não por acaso é jornalista) e de quem acompanho o blog Pai de Menina, disse quase tudo que eu gostaria de dizer sobre isso, no texto "24 anos fazendo merda em nome de Deus".

Mas aqui copio o cordel publicado pela Márcia Riederer no blog do Felipe:


Miguezim de Princesa

A EXCOMUNHÃO DA VÍTIMA
I
Peço à musa do improviso
Que me dê inspiração,
Ciência e sabedoria,
Inteligência e razão,
Peço que Deus que me proteja
Para falar de uma igreja
Que comete aberração.

II
Pelas fogueiras que arderam
No tempo da Inquisição,
Pelas mulheres queimadas
Sem apelo ou compaixão,
Pensava que o Vaticano
Tinha mudado de plano,
Abolido a excomunhão.

III
Mas o bispo Dom José,
Um homem conservador,
Tratou com impiedade
A vítima de um estuprador,
Massacrada e abusada,
Sofrida e violentada,
Sem futuro e sem amor.

IV
Depois que houve o estupro,
A menina engravidou.
Ela só tem nove anos,
A Justiça autorizou
Que a criança abortasse
Antes que a vida brotasse
Um fruto do desamor.

V
O aborto, já previsto
Na nossa legislação
Teve o apoio declarado
Do ministro Temporão,
Que é médico bom e zeloso,
E mostrou ser corajoso
Ao enfrentar a questão.

VI
Além de excomungar
O ministro Temporão,
Dom José excomungou
Da menina, sem razão,
A mãe, a vó e a tia
E se brincar puniria
Até a quarta geração.

VII
É esquisito que a igreja,
Que tanto prega o perdão,
Resolva excomungar médicos
Que cumpriram sua missão
E num beco sem saída
Livraram uma pobre vida
Do fel da desilusão.

VIII
Mas o mundo está virado
E cheio de desatinos:
Missa virou presepada,
Tem dança até do pepino,
Padre que usa bermuda,
Deixando mulher buchuda
E bolindo com os meninos.

IX
Milhões morrendo de Aids:
É grande a devastação,
Mas a igreja acha bom
Furunfar sem proteção
E o padre prega na missa
Que camisinha na lingüiça
É uma coisa do Cão.

X
E esta quem me contou
Foi Lima do Camarão:
Dom José excomungou
A equipe de plantão,
A família da menina
E o ministro Temporão,
Mas para o estuprador,
Que por certo perdoou,
O arcebispo reservou
A vaga de sacristão.

4.3.09

Que tipo de mãe você é?

Calma pessoal, eu não tô podendo com papo cabeça. O título parece sério mas o assunto é bobagem. Eu só to querendo me exibir um pouco porque hoje eu tô me-a-chan-do! Sim, porque eu estava de bobeira nagevando na web quando me deparei com esse teste da revista Crescer.

Eu, que tenho uma enorme inclinação para testes bobocas desde os idos tempos em que lia Capricho, não resisti fui lá e fiz.

Vê só o resultado:

Superligada
Perfil:
Você é uma mãe participativa, que parece ter saído de comerciais de margarina. Faz tudo para estar presente e envolvida na vida dos filhos. Muito carinhosa, tem alma de negociadora diplomática: sabe impor o seu ponto de vista de adulta e estabelecer regras, mas ouve e se interessa pelas opiniões e idéias de seus filhos e por todos os aspectos de sua vida.
A frase: “Família que faz tudo junto permanece unida.”É bom porque seus filhos se sentem importantes na sua vida e têm a segurança de ser amados.
Pode ficar chato: se você não ficar atenta para manter seu espaço junto ao seu marido. Não esqueça que vocês são um casal e devem, por exemplo, tirar um fim de semana para namorar. Crianças também precisam de referências adultas.


And the nominee to “best mother performance” is… Karen Nascimento!
And the Oscar´s goes to….

Família feliz


Pra quem vive reclamando que não posto fotos da pequena, consegui uma permissão especial do pai (já expliquei antes que ele não gosta e eu respeito) pra publicar essa daqui. Foi tirada no dia de natal.

3.3.09

Made in England

Gente, essa foi hilária. Mas tão hilária que apesar de não ser uma das gracinhas da Laís mereceu ser publicada aqui (claro que com a devida autorização da Tia coruja em questão).

Primeiro tenho que contar essa história da Magá* que eu também acho ó-ti-ma. Magali é uma amigona minha que de uma hora pra outra virou uma mega-ultra-tia: ela tem 3 irmãs e tinha apenas 1 sobrinho, o Orson. De repente as duas irmãs dela que moram na Inglaterra engravidaram ao mesmo tempo, e a irmã que mora aqui também, só que de gêmeos. Os 4 nasceram em um intervalo menor que 6 meses! Bianca e Esteban são os gêmeos, Saskia e Dylan (e Orson o sobrinho mais velho)são os ingleses.

Cristina, mãe dos dois meninos, escreve pra atualizar as irmãs daqui:


"Hoje na mesa do jantar Orson e Dylan decidiram dar trabalho. Já estavam me deixando doida, quando juntei as mãos como que rezando e disse "Ai, meu Deus do céu, dai-me paciência!!!". O Dylan olhou, parou a reclamação que estava fazendo da comida e disse seríssimo, em inglês: "Could you also wish for some toys? ("Será q vc tb poderia pedir uns brinquedos?").

Difícil continuar zangada... :-) :-) :-)

Beijos,

Cris"



* "Minha quelida tia Magá"(que é como Laís a chama) também é, (por conta da intervenção divina e da minha que apresentei os dois na hora certa), esposa do amado Dindo da Laís!

28.2.09

Globeleza (de novo)

de novo a vinheta do "carnaval globeleza":

- Mamãe, eu vo saí disso, sabe? (ela disse isso sorrindo porque já sabia que eu teria um faniquito-fingido em seguida)

- Eu não sei de nada não! Vc já tem duas fantasias!

- mas eu quelo sai disso, ma-mãe!( retrucou ela rindo ainda mais)

- Disso o que Laís? Ela só esta vestindo pur-pu-ri-na!

- Não mamãe, é guiter.

(corta pra minha cara de pateta)

Tem cada uma essa menina....

9.2.09

Fantasia de carnaval 3


Cada vez que a TV está ligada na Globo e aparece uma daquelas vinhetas de carnaval com os sambas de enredo, Laís aponta para as passistas rebolando o bundão fantasiadas de glitter e cheias de penas na cabeça e diz:

- Mamãe, eu quelo saí disso!

Me limitava a responder "um-hum" sem dar muita trela, até que ela apontou pra GLOBELEZA e repetiu:

- Mamãe, eu quelo saí disso!

Pô Globeleza não! Globeleza já é demais né? Retruquei:

- Como assim disso? Ela não tá vestindo nada, Laís!

E foi a vez dela revidar: "um-hum!" (Como quem diz: isso aí mami, vc capitou a mensagem)

Dizem que a gente tem que ter cuidado com o que pede porque pode ser atendido. Eu como A-MO carnaval, só pedi que meu filho gostasse da folia, pra podermos brincar o carnaval juntos... Não pensei que Deus ia caprichar tanto no detalhe.

Globeleza não... Tem dó...

7.2.09

Fantasia de carnaval 2

Enfim ela decidiu que queria uma fantasia de bailarina,eu vi um monte feia a beça e a única razoável que encontrei era um número menor que ela. Não coube, claro. Fomos trocar e eu tentando convencê-la a mudar de fantasia:

- Florzinha lá na loja tem uma fantasia linda de Minnie. Sabe o que a gente podia fazer? Eu vou fantasiada de Mickey e você vai de Minnie! Não é legal?

- Um-hum! E o Papai vai de Pateta e a Inês vai de Magalida!

(sempre sobra pro pobre do pai...)

Fantasia de carnaval 1

- Filha, sabe o que tá chegando?

- O que?

- O Carnaval!

- Eu vou bincá o canaval! Vô joga confete no Heitô, na tia Ana, No Antônio, na Iala... (a lista é interminável)

- É, é vai, mas que fantasia você vai querer usar?

- Hum... Aaah! Já sei: de poco pinho!

- Porco espinho filha? Pô num tinha uma mais fácil pra você querer não? De porco espinho eu não vou achar em lugar nenhum...

- Mas eu quelo de poco pinho ma-mãe...

- Ah filha, escolhe outra!

- Então de Jacalé!

(Porque é que eu ainda teimo em perguntar? Bastava eu comprar a baianinha e pt saudações)

4.2.09

O manifesto PUTAQUIUPARIU



Eu sei, de cara vocês estão estranhando o título. Mas já vou avisando: vão estranhar ainda mais a quantidade de palavras de baixo calão (mais especificamente de puta que parius) que vou usar aqui. Então estão avisados: continuem a ler se quiserem, se não, vão dar um rolé e me deixem desopilar em paz.

Porque não sei se já comentei (mas se não, comento agora) que cresci no meio de 4 rapazes (+ um pai baiano e desbocado) e acabei ficando desbocada também. Não que me orgulhe disso, mas é fato. Até minha mãe é desbocada. Lembro até de amigos achando estranho quando me ouviram falar, numa conversa informal e descontraída: “ah mãe, num fode!” E ela: “fodo sim que é bom e eu gosto e foi assim que você nasceu!” É claro que se o assunto fosse sério jamais falaria assim, eu sou desbocada, não sem noção.

Também não me lembro se já comentei a lady que me tornei depois que Laís nasceu.. Antes só maneirava na frente da minha vó ou outro senhor ou senhora de idade. Acho horrível criança falando palavrão e por isso tenho me controlado um monte. Muito mesmo, o tempo todo.

Esse é exatamente o problema. Porque um PUTAQUIUPARIU dito em alto e bom som, na hora certa é terapêutico, é saudável, é necessário. E estou com uma puta demanda reprimida de puta que parius.

Porque não sei se vocês tem noção do que é dar uma puta topada com o mindinho e só dizer Puuuu... E reprimir o resto. Ou quando a criança quer levantar e apóia o cotovelo com tudo em cima do seu peito (que vem a ser o equivalente masculino a uma porrada no saco). É foda.

E quando você diz: “desce daí, não sobe, desce daí, desce d...” E começa a gritaria porque ela escorregou de onde vc falou mil vezes pra não subir e bateu com o queixo na queda?
Você acha realmente que dá vontade de dizer:
“ôô filhote, chora não, vem cá”
ou
“putaquiupariu quantas vezes eu falei pra não subir aí, cacete”?

Se estão achando ruim eu desopilar meu fígado descarregando o excesso de puta que parius que não falei, é porque vocês nunca foram parados no meio do rala e rola por uma criança chorando no meio da noite: eu que-lo a ma-mãããããe!

Sabe lá o que é estar atrasada pro trabalho, fazer um café da manhã correndo e num piscar de olhos a fofa da criança vem e enfia a escova de cabelo no seu copo de leite?
PUTA QUE PARIU!
É claro que esse também ficou atravessado, e o que saiu foi: “pô filha, que va-ci-lo, que va-ci-lo!!”
E ela, concordando veementemente: “Va-ci-lei mamãe! Va-ci-lei!”

E depois de dois anos desse imenso esforço fomos a uma festinha onde tinham dois pentelhos de 5 e 6 anos e ela aprendeu com eles feito um relâmpago a dizer: “que méda”, “escoto” e babaca. Eu tive vontade de matar os dois FILHOS DUMA PUTA e mais a puta e o corno do pai de quebra. Puta que pariu, ninguém merecia aqueles dois!Quer dizer, aqueles quatro!

Ao menos dessa vez pude reverter a situação, orgulhosíssima do meu esforço afinal, argumentando: por acaso você me ouve falando assim? Ela concordou que não e esqueceu o novo vocabulário. Touché!

Pronto passou. O santo subiu e “Lady Karen” voltou. Mas por favor não esperem que me desculpe. Colocaria toda minha catarse à perder....

1,99

Outro dia vinhamos passeando quando resolvi entrar em uma loja de 1;99 e procurar uma garrafa para colocar água. A mesma loja em que meses antes a babá comprou para a Laís a corda de pular que ela tanto pedia.

Não, é claro que ela não sabe pular corda ainda. A menina só tem dois anos, fala pra dedéu mas é só nisso que ela é antecipada. Ela segura a corda na mão e sacode enquando dá vários pulinhos e pronto, tá feliz da vida, achando que está pulando uma beleza.

Começou ela, enquanto olhávamos as prateleiras:

- Mamãe, você tem coda?
- De pular filha, igual a sua?
- Um-hum!
- Não tenho não...
- Então eu vô compá uma pá você tá?
- Ah tá! Obrigada!
- O papai tem coda?
- Tem não filha...
- Então vô compá uma pá ele também!
- Ah, sei... E posso saber como você pretende fazer isso?
- Com o dinhelo que o Tio Favo me deu,sabe?

O tio Flávio deu pra ela guardar na carteira das princesas a título de diversão a vultuosa quantia de dois reais e alguns centavos. E ela já comprou meio mundo com esse $...

15.1.09

Diálogos na hora de dormir

O PUM

Acho que eu já comentei que a Laís tá sempre tentando me fazer rir na hora em que vou colocá-la pra dormir, que é pra poder bagunçar só um pouquinho mais: se eu caio na risada perco a moral e ela se espalha e fica tagarelando uns 15 minutos a mais até começar a ficar sonolenta novamente.
Mas nesse dia não teve jeito. Decretei como sempre:
- Agora chega filha, boa noite, vamos dormir tá?
Ela fez que sim com a cabeça e ficou quietinha. Pouco depois ela soltou um pum, olho pra mim toda risonha e constatou:
- Mamãe, eu di um pum!
- Não filha, é “eu dei” um pum!
- Não mamãe fui eu!

E POR FALAR EM PUM...

Acabamos de rezar como todo dia fazemos na hora de dormir e ela pergunta:
- Mamãe cadê o papai do céu, foi embola?
- Não filha ele nunca vai embora, ele tá sempre com a gente porque ele mora no nosso coração.
- Mas cadê ele?
- Ele é invisível filha.
- O que é isso invisível?
- É uma coisa que você não consegue ver.
- Mas o que é isso invisível?
Percebi que ela não entendeu e mudei de tática:
- Invisível é assim ó: você solta pum não solta?
Ela concordou com a cabeça e seu típico “um-hum”.
- e você vê o pum?
Ela fez que não com a cabeça.
- Mas você sabe que ele existe né?
- um-hum!
- Então filha, papai do céu também é assim igual o pum: você não vê, mas sabe que ele existe!

E com essa explicação ela se deu por satisfeita e fomos dormir. Quer dizer, ela foi. Eu fiquei pedindo perdão à papai do céu pela blasfêmia...