1.11.11

Feche a boca e abra os braços

Ontem estava conversando com dois dos meus chefes sobre filmes, a caminho de uma reunião. Um deles comentou sobre um filme muito criticado "A árvore da vida". Em resumo o filme tem 3h e ele achou que a parte do meio faz o filme todo valer a pena, porque mostra como situações as vezes banais e cotidianas influenciam na formação da personalidade das crianças e em que tipo de adulto elas se tornaram quando crescerem. 

Aí hoje eu recebi um texto lindo do meu amigo querido Daniel Pels, que me lembrou a conversa de ontem. E me vi ali naquele texto,  em algumas daquelas situações. E pensei que a gente pode até se esforçar pra ser melhor a cada dia sem filhos, mas com eles se torna quase uma obrigação. E o texto se fez lição. Espero nunca esquecer (ou ao menos, lembrar com frequência).

Ok.Chega de blá-blá-blá: lê aí.

Uma amiga ligou com notícias perturbadoras: a filha solteira estava grávida.

Relatou a cena terrível ocorrida no momento em que a filha finalmente contou a ela e ao marido sobre a gravidez. Houve acusações e recriminações, variações sobre o tema "Como pôde fazer isso conosco?" Meu coração doeu por todos: pelos pais que se sentiam traídos e pela filha que se envolveu numa situação complicada como aquela. Será que eu poderia ajudar, servir de ponte entre as duas partes?

Fiquei tão arrasada com a situação que fiz o que faço – com alguma frequência – quando não consigo pensar com clareza: liguei para minha mãe. Ela me lembrou de algo que sempre a ouvi dizer. Imediatamente, escrevi um bilhete para minha amiga, compartilhando o conselho de minha mãe: "Quando uma criança está em apuros, feche a boca e abra os braços."

Tentei seguir o mesmo conselho na criação de meus filhos. Tendo tido cinco em seis anos, é claro que nem sempre conseguia. Tenho uma boca enorme e uma paciência minúscula.

Lembro-me de quando Kim, a mais velha, estava com quatro anos e derrubou o abajur de seu quarto. Depois de me certificar de que não estava machucada, me lancei numa invectiva sobre aquele abajur ser uma antiguidade, sobre estar em nossa família há três gerações, sobre ela precisar ter mais cuidado e como foi que aquilo tinha acontecido – e só então percebi o pavor estampado em seu rosto. Os olhos estavam arregalados, o lábio tremia. Então me lembrei das palavras de minha mãe. Parei no meio da frase e abri os braços.

Kim correu para eles dizendo:

– Desculpa... Desculpa – repetia, entre soluços. Nos sentamos em sua cama, abraçadas, nos embalando. Eu me sentia péssima por tê-la assustado e por fazê-la crer, até mesmo por um segundo, que aquele abajur era mais valioso para mim do que ela.

– Eu também sinto muito, Kim – disse quando ela se acalmou o bastante para conseguir me ouvir. - Gente é mais importante do que abajures. Ainda bem que você não se cortou.

Felizmente, ela me perdoou. O incidente do abajur não deixou marcas perenes. Mas o episódio me ensinou que é melhor segurar a língua do que tentar voltar atrás após um momento de fúria, medo, desapontamento ou frustração.

Quando meus filhos eram adolescentes – todos os cinco ao mesmo tempo – me deram inúmeros outros motivos para colocar a sabedoria de minha mãe em prática: problemas com amigos, o desejo de ser popular, não ter par para ir ao baile da escola, multas de trânsito, experimentos de ciência malsucedidos e ficar em recuperação. Confesso, sem pudores, que seguir o conselho de minha mãe não era a primeira coisa que me passava pela mente quando um professor ou diretor telefonava da escola. Depois de ir buscar o infrator da vez, a conversa do carro era, algumas vezes, ruidosa e unilateral.

Entretanto, nas ocasiões em que me lembrava da técnica de mamãe, eu não precisava voltar atrás no meu mordaz sarcasmo, me desculpar por suposições errôneas ou suspender castigos muito pouco razoáveis. É impressionante como a gente acaba sabendo muito mais da história e da motivação por trás dela quando está abraçando uma criança, mesmo uma criança num corpo adulto. Quando eu segurava a língua, acabava ouvindo meus filhos falarem de seus medos, de sua raiva, de culpas e arrependimentos. Não ficavam na defensiva porque eu não os estava acusando de coisa alguma. Podiam admitir que estavam errados sabendo que eram amados, apesar de tudo. Dava para trabalharmos com "o que você acha que devemos fazer agora", em vez de ficarmos presos a "como foi que a gente veio parar aqui?"

Meus filhos hoje estão crescidos, a maioria já constituiu a própria família. Um deles veio me ver há alguns meses e disse "Mãe, cometi uma idiotice..."

Depois de um abraço, nos sentamos à mesa da cozinha. Escutei e me limitei a assentir com a cabeça durante quase uma hora enquanto aquela criança maravilhosa passava o seu problema por uma peneira. Quando nos levantamos, recebi um abraço de urso que quase esmagou os meus pulmões.

– Obrigado, mãe. Sabia que você me ajudaria a resolver isto.

É incrível como pareço inteligente quando fecho a boca e abro os braços.
Diane C. Perrone
Histórias para aquecer o coração das mães
Jack Canfield, Mark Victor Hansen e outros



29.9.11

"Lição de latim para iniciantes" ou "Enriquecendo o vocabulário"

Meu pai é do tempo que se estudava Latim no colégio. Vira e mexe vinha ele com uma das suas "lições de Latim": - Meus filhos, vcs sabem o que é có- laborar?  ( ele falava assim mesmo com acento no ó, ele é Baiano ora essa) Có-laborar vem do latim, "labor", trabalho. Có-laborar = trabalhar com. trabalhar junto. Có-operar. Óperar com. Ajudar. Eu preciso de ajuda meus filhos!!

Daí que a mãe da criança está tipo assim "dando coice na própria sombra" ( expressão roubada também do vovô Beto, diga-se de passagem) , no auge da TPM psicopática-maníaco-homicida, falando com a criança pela 35º vez para entrar no banho para não se atrasar para escola, com toda delicadeza e fineza que lhe são possíveis nesse momento difícil da vida:

- CARACA-LAÍS-EU-NÃO-AGUENTO-MAIS-PÔRRA! TUDO-EU -TENHO-DE-REPETIR-MIL-VEZES! ACABEI-DE -ACORDAR -E - JÁ-TÔ- CANSADA! UM-DIA-EU-AINDA-INFARTO-DE-MANHÃ-CEDO! NEM -EU-ME-AGUENTO -MAIS- REPETINDO-TUDO-O-TEMPO-TODO! COLABORA-COMIGO-PELA-MOR-DE-DEUS!!

Ela revira os olhos suspira e fala:

- Tá, tá, tá mãe! Mas o que é colaborar?

A lição de latim de outrora me veio a mente mas atordoada de hormônios rebeldes como estava disse apenas:

- É A-J-U-D-A-R Laís!

- Então porque vc não diz "ajudar"? ( Diz ela com a mão na cintura e sacudindo os ombrinhos a la Queen Latifa).

- Porque eu quero que você tenha um bom vocabulário.

- Tá! Mas o que é vocabulário?( Diz ela com a mão na cintura, sacudindo os ombrinhos a la Queen Latifa e batendo o pezinho pra ajudar na indignação).

Rsrsrs + risos. Só minha filha mesmo pra fazer esse "exu caveira subir" tão rápido!

23.9.11

Pic-nic ano II - sucesso de público e de crítica!

Sério gente, pode perguntar pra quem foi: meu pacto com Santa Clara super funcionou e ela cumpriu com louvor sua parte no acordo. Os amigos mais amados e queridos estavam presentes e todos muuuuito animados com a farra.

Não vou desdenhar de casa de festa nenhuma porque se eu tivesse grana sobrando não pensaria duas vezes em alugar uma, mas como não tenho e sou obrigada a improvisar, devo também dizer sem falsa modéstia que criança nenhuma nesse mundão de meu deus acha ruim ficar algumas horas descalço correndo na grama, jogando bola, comendo bobagem, desenhando, soltando pipa... Em fim, fazendo tudo isso que a gente fez mais que eles quase não fazem mais por questões de segurança e falta de espaço.

E se sujeira for sinônimo de diversão posso garantir que esse foi um dos dias mais felizes da vida da pequena! Ela ficou um lixo! rs

A confirmação eu tive na hora de ir dormir. Ela me deu um beijo, deu um beijo "fictício" no pai (que não estava ao lado por motivos futebolísticos) e rezou:" papai do céu obrigada por tudo que eu tenho e pelo melhor dia da minha vida, amém!"

E agora segue um aperitivo:


Dia lindo na Quinta: salve Santa Clara!

D. Leoa que tá sempre dormindo, fazendo pose pra foto.

Até Seu hipopótamo que tá sempre submerso resolveu dar o ar da graça.
Todo mundo desenhando.

Esse todo feliz aí na foto comigo é o Dindo mais amado (e mais coruja) do Brasil!

Interagindo com a estátua  (devia ter filmado a reação)
PS: se vc chegou aqui agora é bom esclarecer que evito propositadamente publicar fotos da Laís (salvo raríssimas excessões)  porque tenho uma acordo com o pai, que não curte fotos dela na internet (e eu respeito e concordo).

14.9.11

Maravilha

Minha filha começou a curtir Hi-5 (que eu particularmente acho sacal) mais ou menos com 3 anos e continua gostando até hoje. Eu não curto hi-5 mais curto brincar com ela e, não sei se já comentei aqui, mas eu tenho um talento esquisito pacas: ouço uma música 3, 4 vezes e a diaba não sai mas da minha cabeça pro resto da vida. Mesmo que eu não goste. Então, eu com toda a gaiatice que me é peculiar, aprendo as letras e coreografias e ficamos as duas macaqueando na frente da TV  “Toc-toc-toc! Alguém bateu... Foi Você? Sim, fui eu!”

Há muitos anos, onde quer que eu trabalhe, sempre me despeço das pessoas com a mesma frase: “Crazy people, foi um prazer inenarrável hein?”. A essa altura, vocês já estão se perguntando se eu tomei drogas pra vir com esse papo sem pé nem cabeça, onde que eu vou chegar com essa história toda mas juro, tudo está conectado. E como já estamos chegando no terceiro parágrafo, e já dei minha volta de praxe, vamos ao sentido.

Hoje minha flor completa 5 anos. E, crazy people: é um prazer inenarrável. Sério, sem palavras. Não há palavra no mundo que expresse o tamanho do meu orgulho, da minha alegria, esse amor imenso e incondicional que parece que vai explodir nosso coração, enche nosso peito, transborda pelos olhos e...e...(peraê, pausa pra enxugar as lágrimas, e assoar o nariz)

1ª vez no colinho de mamã: inenarrável, crazy people.

Então, como me faltam palavras, vou deixar o Hi-5 que minha filha gosta tanto, falar por mim hoje.

Maravilha
Um dia feliz eu sei que vou ter
Você chegou sorrindo outra vez
Um dia feliz eu sei que vou ter
Todos vão ver e vão saber
Felizes vamos ser!
Você chegou, tudo ficou maravilhoso
Você... é tudo enfim pra mim
Você chegou e o sol brilhou maravilhoso
Você... é tudo enfim pra mim
Maravilhoso sim!
Você é sol que brilha no céu.
Pra confessar você é muito mais
Minha estrela que vem me guiar
Vou com você, e vamos ser
Amigos pra valer!
Você chegou, tudo ficou maravilhoso
Você... é tudo enfim pra mim
Você chegou e o sol brilhou maravilhoso
Você... é tudo enfim pra mim
Maravilhoso sim!
Com alegria a luz do sol virá
E esse dia irá transformar!
Você chegou, tudo ficou maravilhoso
Você... é tudo enfim pra mim
Você chegou, tudo ficou maravilhoso
Você... é tudo enfim pra mim
Maravilhoso sim!



E aí, aprenderam a letra? Então agora som na caixa, levanta da cadeira e dança comigo!

E caprichem no na-na-na, na-na-nana- naná hey, na-na-na, na-na-nana- naná,hey!

12.9.11

Pensamentos aleatórios: TPA

TPA = tensão pré aniversário. Explica-se: eu já contei aqui o drama que foi ano passado o aniversário de Laís em relação ao clima, uma vez que fizemos um pic-nic na Quinta. E esse ano eis que, novamente sem grana para a tal casa de festas dos sonhos onde vc empenha a alma mas entra e sai lindamente como convidada, o que a criança pede? Outro pic-nic na Quinta, claro.
Ano passado os preparativos me estressaram muito. Esse ano tirei de letra e já está tudo-organizadinho faltando apenas detalhes absolutamente administráveis.
Menos o tal do tempo. Eu já acessei hoje o site do "clima tenso" mais ou menos umas 7 ou 8 vezes e devo continuar repetindo ao longo da semana, a cada uma das vezes com o coração em stand by por alguns segundos até garantir o prognóstico de hoje de manhã: chuva a semana toda e... Tcha-ra-rarãm: sol no fim de semana!

Anyway estou em linha direta com Santa Clara pra ela deixar tudo alinhadinho com São Pedro que esse ano eu não quero saber de viradas malucas do tempo!

Aproveita e reza comigo, vai:

Querida Santa Clara, que seguistes de perto São Francisco, na vida de pobreza e no amor ao próximo e de Deus, olhai carinhosa para o mundo de hoje, tão necessitado de vossa proteção.
Ouvi meu pedido e concedei-me a graça que vos peço, com fé e confiança.
Como verdadeiro necessitado, rogo-vos que me alcanceis de Cristo a saúde espiritual e corporal, para mim e meus familiares.
Sobretudo, peço a vossa ajuda para o problema que me aflige..... (especificar o problema = domingo dia 18/09 tem que fazer sol)
Atendei-me, Santa Clara, pela força que tendes junto a Deus e pela fé que me faz buscar vossa proteção. Amém. 

Delírios de consumo de uma mãe coruja - II

Quem não queria uma dessas pra passear com a cria na garupa, hein? hein?

9.9.11

Seção #ficaadica: Elogie do jeito certo

Hoje recebi um e-mail de uma amiga querida da época da escola, a Tininha. A vida nos afastou, mas é aí que sou fã das redes sociais. Ao menos à distância a gente acompanha um pouco e sabe o que andam fazendo os amigos. E quão lindos e saudáveis vão crescendo os filhos. E, ela que é mãe de 3, um menino e duas meninas, gêmeas, lembrou de mim e outras amigas com filho pequeno quando leu esse textinho aí de baixo. Achei ótimo, resolvi compartilhar.


ELOGIE DO JEITO CERTO
Marcos Meier* 

Recentemente um grupo de crianças pequenas passou por um teste muito interessante. Psicólogos propuseram uma tarefa de média dificuldade, mas que as crianças executariam sem grandes problemas. Todas conseguiram terminar a tarefa depois de certo tempo. Em seguida, foram divididas em dois grupos.

O grupo A foi elogiado quanto à inteligência. “Uau, como você é inteligente!”, “Que esperta que você é!”, “Menino, que orgulho de ver o quanto você é genial!” ... e outros elogios à capacidade de cada criança.

O grupo B foi elogiado quanto ao esforço. “Menina, gostei de ver o quanto você se dedicou na tarefa!”, “Menino, que legal ter visto seu esforço!”, “Uau, que persistência você mostrou. Tentou, tentou, até conseguir, muito bem!” ... e outros elogios relacionados ao trabalho realizado e não à criança em si.

Depois dessa fase, uma nova tarefa de dificuldade equivalente à primeira foi proposta aos dois grupos de crianças. Elas não eram obrigadas a cumprir a tarefa, podiam escolher se queriam ou não, sem qualquer tipo de conseqüência.

As respostas das crianças surpreenderam. A grande maioria das crianças do grupo A simplesmente recusou a segunda tarefa. As crianças não queriam nem tentar. Por outro lado, quase todas as crianças do grupo B aceitaram tentar. Não recusaram a nova tarefa.

A explicação é simples e nos ajuda a compreender como elogiar nossos filhos e nossos alunos. O ser humano foge de experiências que possam ser desagradáveis. As crianças “inteligentes” não querem o sentimento de frustração de não conseguir realizar uma tarefa, pois isso pode modificar a imagem que os adultos têm delas. “Se eu não conseguir, eles não vão mais dizer que sou inteligente”. As “esforçadas” não ficam com medo de tentar, pois mesmo que não consigam é o esforço que será elogiado. Nós sabemos de muitos casos de jovens considerados inteligentes não passarem no vestibular, enquanto aqueles jovens “médios” obtêm a vitória. Os inteligentes confiaram demais em sua capacidade e deixaram de se preparar adequadamente. Os outros sabiam que se não tivessem um excelente preparo não seriam aprovados e, justamente por isso, estudaram mais, resolveram mais exercícios, leram e se aprofundaram melhor em cada uma das disciplinas

No entanto, isso não é tudo. Além dos conteúdos escolares, nossos filhos precisam aprender valores, princípios e ética. Precisam respeitar as diferenças, lutar contra o preconceito, adquirir hábitos saudáveis e construir amizades sólidas. Não se consegue nada disso por meio de elogios frágeis, focados no ego de cada um. É preciso que sejam incentivados constantemente a agir assim. Isso se faz com elogios, feedbacks e incentivos ao comportamento esperado.

Nossos filhos precisam ouvir frases como: “Que bom que você o ajudou, você tem um bom coração”, “parabéns meu filho por ter dito a verdade apesar de estar com medo... você é ético”, “filha, fiquei orgulhoso de você ter dado atenção àquela menina nova ao invés de tê-la excluído como algumas colegas fizeram... você é solidária”, “isso mesmo filho, deixar seu primo brincar com seu vídeo game foi muito legal, você é um bom amigo”. Elogios desse tipo estão fundamentados em ações reais e reforçam o comportamento da criança que tenderá a repeti-los. Isso não é “tática” paterna, é incentivo real.

Por outro lado, elogiar superficialidades é uma tendência atual. “Que linda você é amor”, “acho você muito esperto meu filho”, “Como você é charmoso”, “que cabelo lindo”, “seus olhos são tão bonitos”. Elogios como esses não estão baseados em fatos, nem em comportamentos, nem em atitudes. São apenas impressões e interpretações dos adultos. Em breve, crianças como essas estarão fazendo chantagens emocionais, birras, manhas e “charminhos”. Quando adultos, não terão desenvolvido resistência à frustração e a fragilidade emocional estará presente.

Homens e mulheres de personalidade forte e saudável são como carvalhos que crescem nas encostas de montanhas. Os ventos não os derrubam, pois cresceram na presença deles. São frondosos, copas grandes e o verde de suas folhas mostra vigor, pois se alimentaram da terra fértil.

Que nossos filhos recebam o vento e a terra adubada por nossa postura firme e carinhosa.

* Mestre em Educação, psicólogo, professor de Matemática e especialista na teoria da Mediação da Aprendizagem em Jerusalém, Israel.
Seus livros são encontrados na loja virtual www.kapok.com.br
Notícia veiculada na Revista Galileu – jan/2011
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2.9.11

Pensamentos aleatórios: sobre a felicidade

A gente vê tanta gente fazendo maldade com criança por aí, que de vez em quando me pego meio "paranóica". Será que Laís está sendo bem tratada no colégio? Porque ela tá sempre com a canela roxa? Será que tem alguém chutando minha filha? Será que percebo os sinais que ela me dá de que tem alguma coisa errada?

Sempre que enveredo por esse caminho paro e realizo: a Laís não anda. Ela saltita. Sério. Ela é incapaz de andar normalmente, ela tem síndrome de chapeuzinho vermelho. Uma criança que sofre qualquer tipo de maus tratos nem olha pra frente que dirá andar saltitando por aí!

Conclusão: sim, ela é uma criança feliz e sem traumas. 

E... puf! A paranóia foi embora. :o) 




30.8.11

Da série rapidinhas: o anjo

Domingo estava a lavando louça depois do almoço e chega Laís, com uma  micro pena na mão.
- Olha Mami (an-hãn, ela agora me chama de “mami”) o que eu achei...
- O que é isso filha?
- Uma peninha ué!
- Ah... Deve ser do travesseiro da vovó.
- Acho que não.
- Onde você achou?
- Na varanda!
- Então certamente é de algum passarinho.
- Acho que não...
- E você acha que é de onde?
Ela, toda melosa:  “- Acho que caiu da minha asinha...”
-“ E você é passarinho ou anjinho?”  Perguntei rindo.
- Anjo ué!


Anjo, claro. Alguém duvida?

25.8.11

Rapidinhas do João: Smurfs e a água do Planeta

Assim como Heitor e Miss Saskia, João (filho da minha amiga Ju) já tá virando figurinha carimbada aqui no blog. Vejam essas: 
"- Mãe, você é a Smurfete e eu sou aquele Smurf que esbarra e derruba tudo no chão... o Desgraçado!"

"- DE-SAS-TRA-DO, João."

"- Ah, é..."
****
HOJE CEDO LÁ EM CASA:

EU: "João, vai tomar banho!"

ELE: "Hoje não posso, só amanhã. Hoje 2 pessoas já tomaram banho aqui e vai acabar a água do planeta" (e voltou pra cama)

PS: Ele tem 5 anos. Com 15 eu faço o quê???

Resposta: começa a rezar a partir de agora pra Santa Paciência amiga.... 

 

24.8.11

Invejinha

Lembram que eu postei há pouco tempo atrás aqui uma foto do meu pé e da Laís com o chinelinho igual? Então, idéia minha, comprei igual, coloquei o "piercing" igual e a garota ficou se-achando com o chinelo igual da mãe.

Daí vem o colégio e apronta isso aqui de presente de dia dos Pais. Vejam só:


Sem mais para o momento.Hunf (esse hunf foi de puro despeito)!

16.8.11

Ecos da infância

Filha,
Ando meio melancólica esses dias, assim achando tudo muito “meia-boca” sabe? Nada demais não, sei lá, deve ser só TPM...

Aí fico olhando pra você e pras coisas que te são importantes hoje: levar a Clarinha pra passear com vc, desenhar castelos, princesas e arco-íris coloridos, estar perto de mim ( na verdade grudada, né carrapato?), brincar ao sol, brincar na água, brincar com as amigas, ver seus desenhos preferidos, e brincar mais um pouco... E quando cansa claro, dorme pra poder acordar desse seu jeitinho tagarelante e elétrico e começar tudo de novo.

Tudo tão leve, tão solto... Aí fiquei pensando na minha infância e me deu vontade de contar pra vc algumas coisas muito queridas pra mim dessa época (não necessariamente nessa ordem):
- Minha bicicleta azul da Bandeirantes. Acho que foi minha primeira bicicleta. Ela tinha o selim e as manetas do gidon brancos, e do gidon saima umas fitinhas brancas e vermelhas.  Nela eu aprendi a andar sem rodinhas e sem levar nem um tombinho sabia? Eu só comecei a cair de bicicleta quando comecei a invertar moda, tipo ficar em pé no banco ou virar o guidão ao contrário...

- Os bolinhos de chuva da Neizi. São os melhores do mundo. Pelo menos eu achava. Mas vc sabe que tudo que a Neizi faz é gostoso né? O bife a milaneza dela não tem igual!

- Meu forninho da Atma que fazia bolinhos de verdade. Eu já te falei dele, lembra? Queria tanto que ainda existisse pra gente fazer bolinhos juntas pra família toda, e pras duas professoras, e pros seus amigos...

- As balas soft do vovô Durval. A gente engasgava de vez em quando, mas tudo que o vovô fazia era legal. Ele era muito divertido, você tinha de ter conhecido o biso.

- Ir pra casa da Tia Déa (a minha tá, não é a sua não!) onde só tinha menina e eu podia fingir que tinha irmãs e brincar de desfile de moda. Sair com as primas então sempre era muito divertido!Viajar pra fazenda do Vô Moacir então era um sonho!

- Praia!

- As aulas de natação no feijãozinho (era o nome da piscina porque tinha o formato de um grão de feijão) no Tijuca.

- Minha boneca preferida que era uma peruana de feltro com o vestinho vermelho que tinha um zíper na barriga de onde saia um bebezinho. Foi um amigo do seu avô, o Tio Izai, que trouxe pra mim de uma viagem.

- O cheiro da casa da vovó.

- As festas de natal com os envelopinhos do vovô e os presentes dele pra ele mesmo que ele colocava na árvore e que sempre nos faziam morrer de rir.

Minha infância foi ótima filha. Por isso eu sempre digo pra vc parar de ter pressa pra ser adolescente. Não corre não, aproveita, saboreia porque o que fica de bom são essas lembranças, capazes de fazer até a mamãe ficar um pouco mais animadinha!

Tomara que a gente esteja fazendo tudo certinho pra que você também tenha uma lista dessas quando crescer.

Um beijo,
Mamãe

Os bolinhos da Neizi eram bem assim. Hummm...

21.7.11

Pensamentos Aleatórios: Geografia e outros.

Por mais que eu explique, Laís ainda não entende o que é país, o que é estado e o que é cidade. Ela acha que Bahia é um país e Nova Iorque também.
A-do-ro.

******
Falando em geografia, ela agora cismou que quer uma fantasia de “índia da Amazônia”.
- De onde vc tirou isso filha?
- Do patati patatá mamãe!

Abraço aos envolvidos.

******
Vem aí novo layout para o blog, mais “corujístico” que nunca. Aguardem.

******
Falar nisso: repararam que eu andei deixando o blog mais ilustrado e colorido? Não? Ah... Então tá, então.


******
"Claro que eu estou participando do sorteio de lançamento do Minha Mãe que Disse!"

******
Redenção: meu marido me livrou da análise me explicando que meus arco-íris  começava na grama e não no céu porque o pote de ouro tinha de ficar em terra firme, não podia ficar flutuando no céu né? UFA!

Sem mais para o momento.

20.7.11

Pensamentos aleatórios (by Miss Moura)

Minha amiga Patrícia Moura, mas conhecida nas redes sociais como Miss Moura (conhece não? Clica aqui ó!) é especialista em redes sociais e heavy user do Twitter (aliás foi ela que me apresentou o twitter e me viciou nesse troço). Ela sempre diz que pra ter seguidores vc precisa ter conteúdo. Acho que tipo 90% dos twittes dela são sobre midias sociais, porque afinalde contas, como eu disse ela é especialista no assunto. Os outros 10% ela usa pra ser "gente como a gente" e publica coisas corriqueiras como a música que está ouvindo ou "pensamentos aleatórios" que ela sempre avisa que é isso mesmo: algo solto, que ocorreu de repente, fora de algum contexto específico.

Era nesse ponto que eu queria chegar (o que gente, vcs ainda não sabem que eu sempre dou uma volta enorme antes de chegar onde eu quero?). Eu tenho muitos pensamentos aleatórios. Penso sempre em publicá-los aqui mas, fico meio acanhada, achando que publicar uma frasezinha solta é assim meio boboca, mas querem saber? Não vou mais me censurar. O Blog e meu, a filha é minha, a corujice também e os pensamentos aleatórios idem e então tá decidido: a partir de hoje peço licença a minha amiga Miss para plagear-lhe o título e lanço hoje a série "Pensamentos aleatórios"do blog.

****
Pensamento aleatório do dia: Preciso urgente de um analista!
O que me levou a essa conclusão: Laís desenhava um arco-íris que ficou muito perto da parte superior do papel e não cabiam mais as listras. Disse pra ela começar de novo de baixo, começando o arco-íris na grama. Ela me olhou como quem diz  "onde já se viu arco-íris na grama sua anta?"
Eu digo onde: em TODOS os meus arco-íris da infância. NUNCA ( eu disse nunca) na vida desenhei um arco-iris no céu, onde é, evidentemente, o lugar deles, como minha filha bem observou com apenas um olhar que dizia tudo (inclusive o SUA ANTA).

Abraços aos envolvidos (achei que esse post merecia um desfecho "Miss Moura de ser").

13.7.11

4.7.11

Tal mãe, tal filha.

Pelo título vcs estão obviamente achando que eu vou contar algo-que-Laís-saiu-igual-a-mãe-além-do-nariz , né? Não gente, eu induzi vocês ao erro, me desculpem.  Esse post não tem nada haver com a Laís. Ainda. Agora vcs vão rir é de mim mesmo. Querem ver só?
D. Dení, (minha progenitora pra quem ainda não sabe) tinha mania de debochar da minha vózinha (que Deus a tenha) porque ela discutia com os personagens das novelas.

Aliás, minha mãe é grã-mestra na categoria “cuspir pra cima pra cair na testa”. Ela debochava a beça da minha outra vó, mãe de meu pai , ou seja SOGRA dela, porque ela chamava o nome de todos os seis filhos até chegar no nome do meu pai. O que aconteceu? Ela ficou i-g-u-a-l-z-i-n-h-a. Chama geral até chegar no nome do meu irmão caçula. Nós somos 4.

Lição do dia: nunca, jamais, em tempo algum, deboche da sua sogra. Pior que praga de mãe ou de madrinha só de sogra mesmo! (rs)

Mas voltando pra onde eu ia, agora quem ri um bocado da própria mãe sou eu , porque não contente em apenas dizer “Boa-noite Fátima, boa -noite William”, ela ainda acha de fazer comentários: “Fátima, esse cabelinho não ficou bem  pra vc, preferia antes.” E por aí vai....
E pra que eu fui rir me digam? Ahãm: pra cair na minha testa.
Wil levou Laís ao médico e eu fui buscar os dois no shopping depois. Na saída, a maquininha do estacionamento diz: “insira seu cartão de estacionamento com o código de barras para cima” e, cartão inserido, ela emenda: “não se esqueça de colocar o cinto de segurança. Obrigada pela sua visita”. Ao que eu imediatamente respondo: “obrigada, já coloquei.”Laís pergunta: “Mamãe, com quem você falou?”
O pai reprime uma risada e eu sou obrigada a admitir que foi com a máquina. E nessa hora  ainda me passou como um filme ( ok um comercial de 30"vai)  de algumas vezes em que, saindo sozinha do mesmo shopping, ainda teci comentários tipo: “não se preocupe, eu nunca ando sem cinto”. Ok?
Ainda bem que ela não debochou. Porque como eu disse, esse post ainda não tem haver com ela. Porque em se tratando de herança genética, é melhor que ela coloque as barbas de molho... 


17.6.11

Isaura, "eu já tenho 4 anos" e outras histórias...

Bom, vcs estão carecas de saber que quando eu fico sem dar as caras por aqui não é por falta de gaitices da guriazinha, que são muitas, mas porque eu tô completamente Isaura, no tronco volume 5.

Isso posto, vou apenas fazer um rápido registro da conversinha de sábado enquanto lanchávamos. Pra início de conversa ela agora tá com mania ( fui eu que incentivei, admito) de querer ela comprar as coisas. Primeiro pergunta o preço aí ela vem e me comunica. Aí eu dou a grana na mão dela, aviso se tem troco ou não e, deixo ela se virar. E lá vai ela toda crente que e gente pagar a compra. Outro dia queria pagar o mercado com dois reais que tinha na bolsa! rs

Daí que comprei um sandae com um raio de uma farofa de amendoim que cada vez que ela metia a colher no copinho ia farofa pra todo lado. Aquilo foi me dando uma gastura e eu peguei a colher e disse " Dá aqui, deixa eu te ajudar".
Ela comeu a primeira, a segunda e, na terceira disse:
- Mãe, agora é sério: eu já tenho 4 anos sabia? No colégio eu já como sozinha de gar-fo e fa-ca! Dá licença?

Ok?


************

E, com a proximidade da festa junina, e  como agora ela está ensaiando pra "dança", não tem um único dia na minha casa em que eu não tenha que ficar ouvindo ela contar alguma gracinha do meleca Bruno que, obviamente vem a ver o par dela na "quadrilha".

Anarriê!

Sem mais para o momento. :o/


*************


Na verdade, eu disse “sem mais” mas era mentira. Era que na hora eu estava cansada (lerê, vcs sabem) e achei melhor encurtar o “outras histórias” para apenas “outra história” mas senta aí vai, que essa vcs tem de ouvir.
Liguei do trabalho como sempre faço, para saber como tinha sido o dia dela e dar boa noite. Papo vai, papo vem, me diz ela toda assanhadinha:
- Mãããããeeee... Acho que tem uma coisa que vc não vai gostar muito... ( pude poerceber o risinho disfarçado em sua voz)
- O que filha?
- É que... Você sabe QUEM é meu par na festa junina?
- Ué!? Sei  né filha, você já contou que é o Bruno Gusmão. Porque eu haveria de não gostar?
- Ah! Mas você não vai brigar?   
- Não filha. Eu disse que você podia namorar com ele, não disse? Eu só chamava ele de meleca de brincadeira, mas agora nem chamo mais porque vc me chamou a atenção de que eu estava errada, né? Só que tem que você não pode namorar igual adulto. Nada de beijo na boca. Pode abraçar, andar de mãos dadas, dar beijo no rosto... Só essas coisas pode, eu não me incomodo não...
- Nem uma bitoquinha mãe ?
- NÃO LAÍS! NEM UMA BITOCA!
**************


Ok.Essa não é história propriamente dita, mas vai entrar aqui no bolo das histórias porque faz tempo que eu tô querendo perguntar isso aqui: alguém conhece alguma mandinga, simpatia ou reza forte para fazer a criança parar de chupar dedo?   Tô apelando mesmo porque todas as outras “psicologices” da Revistas Crescer, Içamis Tibas e taus eu já tentei e neruska de katibiriba resolveu até então.
Agradeço antecipadamente a colaboração de todos(as)! =)
************


E já que esse post acabou ficando sem pé nem cabeça, queria fazer apenas uma constatação, para fins de registro: o dindo da Laís LÊ este blog e o pai dela não.
Quem garante? Gente, ele CO MEN TA tá? Por escrito-e-pessoalmente. 

#dindoédez  

E agora sim: sem mais para o momento.;o)

26.5.11

Pequena Crônica do Dia das Mães na Escola (do Heitor)

Então, vcs sabem que eu adoro ler né? Ué, como assim não sabem? Tá escrito ali do lado ó, no meu perfil!  Um cara que eu acho muito fera é o Rubem Fonseca. Teve um livro dele (não me lembro qual), que o personagem principal se auto-intitulava “um cretino cronológico”. Me identifiquei na hora. Passei a dizer pra todo mundo que eu sou uma cretina cronológica. Não guardo a ordem das coisas, não lembro de data nenhuma, não lembro em que ano que aconteceu tal coisa, acho que nego gente que morreu há 2 anos tá morto há dez e, que quem tá morto há dez, morreu no ano passado e por aí vai. 


Enfim, como sou uma verdadeira cretina cronológica vou falar agora do Dia das Mães. Ok gente, eu tô lembrada que estamos quase no dia dos pais, que eu deveria estar preocupada com festa junina e o escambau, mas pra que é que vcs acham que eu dei essa volta toda aí do parágrafo de cima?

Foi um fiasco total. Como sou mãe há muito pouco tempo, ainda não tenho o poder de abstração da minha mãe, que caga e anda consegue verdadeiramente viver este dia como um outro dia qualquer, sem esperar mimos paparicos e reverências. Eu não. Eu, como só tenho 4 anos de estrada, espero com ansiedade pelo presentinho do colégio (pago por mim mas guardado em segredo a sete chaves pela criança), pela festinha com direito a lágrimas emocionadas, dos presentes que eu escolho pro pai comprar e ela me dar e taus. 


Só que na véspera da festa a criança me aparece com um febrão nunca dantes registrado por essas bandas, chegou a 39,8, quase que virou sopa, e eu só criando cabelo branco (já estou prevendo que até o final do ano estarei like Madonna, com o cabelo platino blond porque a cada branco novo, é uma mecha loura nova no look).  Resumo: passou o dia da festa (que era uma sexta-feira) de cama. E aí, outro fato nunca dantes registrado por essas bandas: eu peguei a desgraça da virose. Tive até febre! Gente, sem brincadeira: coisa que eu não tenho nunca na vida é febre. Pode pergunta pra D.Dení (minha progenitora, pra quem não sabe). Eu digo que sou caso de estudo porque eu tive sarampo e não tive febre. 


Pra coroar a cagada geral, domingo Wil acorda doente. E, como ele estava com mais febre que eu, achou que eu, que estava “ótema”, tinha que ficar lá subindo e descendo escada, pegando remédio, água, em fim, cuidando do pobre doente (porque homem doente eu vou lhes dizer uma coisa) já que eu estava 100% né? E pra completar a criança que já estava boa, passou o dia me torrando os "dois neurônio" ainda pensantes porque eu já estava de cama desde sábado e ela queria sair pra passear... 


Lição do dia: não espere porra nenhuma nada de especial desse dia. Se vc não acredita em papai Noel, coelhinho da Páscoa ou doendes, pode esquecer, que essa é apenas mais uma data pro shopping bombar de vender e finito. Com sorte vc ganha uma panela nova ou um almocinho no restaurante a kilo. 

Mas pra provar que não sou uma pessoa amargurada e recalcada e taus, vou publicar aqui a experiência da Ana no dia das mães, que foi muito mais edificante do que a minha e teve muito mais lições boas apreendidas. Querem ver só?


Pequena Crônica do Dia das Mães na Escola
Ontem foi a festa do Dia das Mães na Amora. É claro que eu estava ansiosa desde o início da semana. Pintei as unhas de vermelho, como meu filho gosta; comprei mini croissants de queijo minas, como meu filho gosta; e fui.

Cada mãe que chegava era aquela festa. Quando eu cheguei Heitor correu para me dar um abração e muitos beijos.
Ainda faltavam algumas mães, enquanto as outras se comoviam com os olhares daquelas crianças que ainda aguardavam.

Ok. Mães todas lá! Começou a festa. Mães divididas em dois grupos, cada qual com fotos de infância das mães do outro grupo para adivinhar quem era cada uma. Uma farra danada!

Nas paredes as mães desenhadas e pintadas pelo filho. Fiquei tão feliz. Eu estava linda e toda colorida; cada braço e cada perna de uma cor diferente; cabelos curtos e azuis; e muito rosa para todo lado.

Como sempre, a Amora tem super bom gosto e criatividade para presentear os pais. Este ano, as mães ganharam aquele relógio de parede, redondo e branco, e no centro uma pintura feita e assinada pelo rebento. O meu tinha mãe e filho!!! A coisa mais linda do mundo! De verdade!! Isso dentro de uma caixa com a minha imagem desenhada, toda colorida, acompanhada de uma flor, uma árvore, quatro nuvens fofas e uma chuvinha simpática.

Em outra parede frases que cada um fez para descrever a mãe; o que ela fazia ou gostava. Tinha assim: “minha mãe gosta de brincar de barbie comigo”; “minha mãe me leva no Aterro”; “minha mãe gosta de me dar beijinho”; e por aí foi. Pois bem, sabem o que tinha na frase assinada “Heitor”???
“Minha mãe gosta de arrumar a casa”

Como assim?!?! (Sou mãe dedicada pacas!)
 Não preciso nem dizer que teve mãe que olhou e disse: “Nossa, você deve ter obsessão por arrumação!”
Gente, quem me conhece sabe até que gosto de arrumação sim. Que gosto de organização e limpeza. Mas quem vai à minha casa também sabe que isso está longe de ser obsessão. Que mãe obsessiva pela arrumação tem 80% das paredes pintadas com giz de cera? Que mãe obsessiva pela arrumação deixa o filho brincar com 12 cores de guache dentro do apartamento? Tem uma fazenda de isopor num saco enconstado na parede da sala?! Tem limo na p---a do box?
Que pôxa!
Mas, como eu sou eu...
(...chegando em casa...)
- Heitor, por que você não disse que a mamãe te leva à praia, te leva ao cinema, te leva ao teatro?
(três segundos de silêncio, e espera)

- Mamãe, fica no banhelo comigo enquanto eu faço cocô?
- Aí. Por que você não disse que a mamãe fica contigo no banheiro enquanto você faz cocô?!
(agora, com olhar penetrante e voz enfática)
- Eu disse o que eu quis dizer!!!
(três segundos para eu me recuperar)
- Sei. Que a mamãe arruma a casa...
- Eu lembei que você arruma a casa porque eu gosto de casa arrumada!!
(Mãe desmanchando feito manteiga derretendo na frigideira... Olhos rasos d’água)
- Entendi, meu bem. A mamãe amou muito tudo (frase repetida trocentas vezes), os desenhos, o presente e a frase. Fiquei muito orgulhosa de você. Você é o melhor filho do mundo e eu sou muito feliz de ter você!! Você é muito fofo e gostoso. (E outros "você"...)
 Ass.: Essa mãe que vos fala

Lições do Dia:
1ª) Quando o filho de alguém se lembrar da mãe arrumando a casa, não a julgue imediatamente! Pode não ser o que você está pensando.
2ª) Calma. Muita calma. Não seja infantil.
3ª) Não fique tão preocupada com o que os outros vão pensar.

25.5.11

Molecote não!

Eu sou tão coruja, mas tão coruja, que não me basta apenas corujar minha cria. Acabo mesmo corujando as crias das amigas, porque não tem como: olha a coisa mais fofa essa conversa do Heitor com o pai, que a Ana me mandou por e-mail.

Na noite de sábado, Heitor gritou o pai para dar boa noite.
 
- Paaaaaaaai!
- Oi meu filho.
- Boa noite, lindão!
- Boa noite, molecote.
 
Ontem à noite, eu estava na cozinha quando Heitor começou a conversar com o Ary na sala.
 
- Papai, sabe por que eu tenho raiva de você todo dia?
- Pô meu filho você tem raiva de mim todo dia?
- Sim.
- Por que?
- Porque eu detesto que você me chame de molecote.
- Mas é um jeito carinhoso de te chamar.
- Mas eu não gosto.
- E como é que você gosta de ser chamado?
- De lindão!
 
(Cena de pai agarrando o filho e o chamando de lindão lindão lindão. E mãe às gargalhadas na cozinha)


Combinado então galera: meleca não pode, molecote também não!

19.5.11

Meleca não! Ou: dorme com esse barulho, mamãe.

Ai os filhos... esse maravilhosos espelho de nós mesmos que nos mostram o tempo todo o quão certo ou errados podemos ser...
Este domingo, chegamos um pouco mais tarde em casa e Laís foi dormir mais tarde do que o normal. Estava já quietinha, de olhinho fechado, quando de repente abre os olhos, suspira forte, olha pra mim e exclama com veemência:
"-Mãe você tá TODA errada sabia?" Assim mesmo, com ênfase no “toda”.
"- Porque minha filha????" Respondo eu, absolutamente surpresa com aquilo, àquela altura do championship.
"- Porque você fica chamando o Bruno Gusmão de Meleca! Por acaso você gostaria que te chamassem assim, gostaria? Não né? Então você não devia fazer isso!"  Exclamou a defensora dos fracos e oprimidos.
Fiquei calada por uns instantes refletindo sobre como é que eu ia sair daquela, até que me rendi:
"- Você tem razão filha. Tá errado mesmo e eu não gostaria que me chamassem assim, então eu não vou mais chamar seu namorado assim, ok? Você me desculpa?"
"- hum-hum ". Sem muita convicção... Não senti firmeza e insisti:
"- Você me desculpa filha?"
"- Desculpo mamãe, não precisa chorar." Disse ela, dando tapinhas amigáveis no meu ombro para que eu não chorasse.

Enfim, agora mamãe tem de chamar o meleca de genro. Toma essa mamãe! rs

PS: depois de 3 dias encafifada com essa porra refletindo sobre o ocorrido, cheguei a conclusão que insolência e o sobrenome dessa criatura que botei no mundo  se a menina tem todo esse discernimento do que é certo e do que é errado, de como se deve ou não tratar as pessoas, já com esta tenra idade, sinal de que estou (eu me minha equipe de apoio claro, não posso me esquecer: o pai, a vó e a escola kkk) fazendo um bom trabalho.
É, acho que posso dormir com esse barulho sim...

18.5.11

Como é que eu não saquei? Ou: o meleca I. Ou: ainda falando em precocidades


Laís tinha um coleguinha na escola que logo que ela entrou implicava tanto com a bichinha, mas tanto, que ela chegava em  casa chorando dizendo que não queria mais ir pra escola porque o amiguinho falava coisas horríveis pra ela, como por exemplo que eu ia morrer, que iam cortar meu pescoço e eu ia sangrar até a morte... Essas coisas de moleque levado, que percebeu logo que falar da mãe era o ponto fraco da menina (e de toda torcida do Flamengo, vamos combinar).

Na primeira reunião de pais a que estive presente, soube pela vó do Bruno (o coleguinha atentado em questão) que ele estava em um momento delicado, e soube também que ele não implicava só com a Laís, ele pegava no pé de geral, só que a Laís sentia mais.

Pedi então pra psicóloga do colégio ficar de olho e ela resolveu conversar com os dois. Confesso que achei que não adiantaria, mas depois do tal papo nunca mais Laís reclamou dele e fiquei aliviada.

Um dia, Laís ficou doentinha e como o pai estava mais disponível que eu ele a levou a clínica. Estavam na recepção lotada quando chegou um menino com o uniforme do colégio, ele e Laís se olharam e correram um em direção ao outro e se abraçaram longamente. A mãe do menino espantada ainda perguntou "eles se conhecem? " E Wil com toda gaiatice que lhe é peculiar, responde: "Acho que não. Foi amor a primeira vista."
Fato é que foi uma comoção geral na cliníca com aquele monte de mãe em uníssono fazendo "ooowwwwwnnnnn" para os dois, que só se desgrudaram de novo quando foi a vez de entrar no médico.
Qual não foi minha surpresa quando ao saber da história toda, Wil me conta que foi com o Bruno. Aquele mesmo, o "implicante".

Aí de uns tempos pra cá  ela começou a falar nele normalmente quando comentava as brincadeiras na escola. Pensei com meus botões "que ótimo, ficaram amigos." Até o dia que minha mãe veio me dizer que ela contou que estava NA-MO-RAN-DO o Bruno. E que tinha mais! ela disse que já tinha BEIJADO ele! Na BOCA!

Pensei de novo com os botões: "cacete, mas já??" Aí eu lembrei que com 3 anos eu tinha um namoradinho que se chamava Reison e andávamos de mãos dadas pra cima e pra baixo, e tinha ainda uma  menina invejosa e recalcada chamada Renata que me apertava as bochechas de raiva porque ela queria namorar com ele.Então tenho de pegar leve com a menina, mesmo que meu primeiro impulso tenha sido mudar ela de escola...
**********

Há bem pouco tempo, eu tinha um chefe, que criativo como ele só, pra azucrinar a vida da filha adolescente (só de farra mesmo),  resolveu que não ia perder tempo decorando nome de namorado nenhum. Que todos eles seriam Meleca  e pronto. Achei genial!  Pedi permissão pra plagiar a idéia e, permissão dada, fiquei eu achando com esses tapados desses meus botões (que pô, francamente, nem pra trocar uma idéia comigo cara, só me deixam falando sozinha!) que só ia usar essa daqui há uns 10 anos. Há-há-há, doce ilusão.
***********

Aí, estávamos no carro eu ela e o pai, indo pro colégio, pouco depois da  páscoa e segue o seguinte diálogo:
Ela: - Mãe, sabia que o Bruno Gusmão levou ovo de páscoa e dividiu co-mi-go?
Eu: - É filha? Que bacana, legal ele ter feito isso!
Ela: - É e dividiu com todo mundo até com a Pri?( a professora).
Eu: - Muito bacana mesmo filha!
O pai: - Quem Laís, levou ovo de páscoa pra você?
Ela: meu NAMORADO ué!
O pai: - Seu namorado? Quem é seu namorado?
Ela: - O Bru-no Gus-mão!
Eu : - O meleca!
Ela, rindo: - Porque meleca mãe?
Eu: - Porque eu já te falei: todo namorado que vc tiver na vida, terá o apelido de meleca!
Ela, desistindo: ah, tá bom!
O pai: Por acaso você perguntou se podia namorar?
Ela: -Não! ( como quem diz: " e eu lá preciso disso?")
O pai, sério: - Sabe que criança não pode beijar na boca né filha?
Ela: - Mas eu já  beijei!

Obs: graças ao bom Deus nessa hora eu estava parada no sinal, se não seria desastre na certa!

Eu e o pai, ao mesmo tempo:  - Mas não pode filha, criança pode dar a mão, abraçar, beijar na bochecha, na boca não! Só adulto, tá?
Ela: - Porque não?
Eu, encerrando o assunto: -Porque dá sapinho! E é feio criança beijar na boca, e se insistir nisso eu te mudo de colégio! Pensei melhor e resolvi radicalizar menos: - Não, mudar é brincadeira filha, não vou mudar você de escola não(rs)  mas sapinho é verdade!
Ela: - O que é sapinho mãe?
Eu: É peraba na boca!


Obs final: Aos queridos pais do Bruno Gusmão, Juliana e Léo: meu sinto muito, mas o filho de vcs agora, por motivos de força maior, é o Meleca I! rsrs

29.4.11

Dia das mães vem aí...

A pequena está fazendo um esforço danado para não me contar qual o presente desse ano, já que os segredos, pelo menos por enquanto, ela gosta de contar pra mim e pra avó. 

E como não tenho o hábito de postar foto, acabei esquecendo de postar a do presente fofo que ganhei o ano passado, o primeiro feito por ela: 



 Quer dizer , feito feito , não né? Ela fez os carimbinhos de coração. Mas o jogo americano com os talheres dentro foi o colégio que comprou... Na descrição dela o meu jogo americano virou uma "bandeja mole". 

Depois eu posto as fotos do desse ano!

11.4.11

E por falar em precocidade....

Sempre morri de medo daquela hora que as  crianças começam a ter aquelas curiosidades em relação ao próprio corpo e o dos coleguinhas, e começam a tipo assim , por exemplo... brincar de médico. 

No meu caso especificamente, o medo se deve não pela dificuldade em abordar o assunto, tenho facilidade pra conversar com minha filha e não acho que isso vá mudar. O problema  é que costumo pecar por excesso ( leia-se: eu falo demais). Vc lê lá o texto do Içami Tiba dizendo que vc tem que dar  respostas condizentes com a idade da criança e tal e se Laís me faz uma pergunta, lá vou eu dar um monte de detalhe desnecessário na idade dela. 

Exemplo:
Ela tinha  dois anos e meio e  me perguntou: 
- Mamãe, menina pode namorar com menina?
E eu:
- Claro que pode minha filha! O que a gente mais vê é o menino namorar com a menina, mas se a menina gostar de outra menina, ou o menino gostar de outro menino pode namorar sim, viu? Não tem problema nenhum não!

Fiquei toda feliz com minha resposta e de noite fui contar ao pai, que me repreendeu. Retruquei ofendida: 
-  E você queria que eu mentisse? Que ensinasse nossa filha a ser preconceituosa??? 
E ele na maior calma: 
- Claro que não. Vc poderia ter respondi apenas: "Sim". E fim de papo. 

Palmas pro papai que ele merece. Mamãe precisa aprender a ser mais sucinta. 

Aí, hoje nem tava pensando nisso nem nada, chega um e-mail  da minha co-autora preferida, Tia Magá, com uma piadinha assim: 

Onde você estava? - pergunta a mãe à filha.

- No quarto, brincando de médico com o Joãozinho. Ele era o médico e eu a doente.

A mãe dá um grito e um salto da cadeira:
- De mééééédico?!?!?!

- Médico do SUS, mãe. Ele nem me atendeu!! 


Pelo menos agora se minha filha anunciar que vai brincar de médico já sei o que dizer: 
- Pode ir, mas só se for do SUS hein?
;o)

4.4.11

A Precocidade dos Fatos

Os hábitos vão mudando um pouco com as mudanças na rotina, mas já há algum tempo, desde que passou a entrar no colégio às 10h, Laís acorda, me acorda e pergunta: “mamãe, posso ver desenho?” Isso é por volta das 7h. Eu em geral me arrasto até a TV, ligo, pergunto o que a mocinha quer assistir e aviso: “Daqui a meia hora eu levanto pra fazer seu café” e, com sorte, ela me deixa cochilar mais um pouquinho. Sem sorte ela acha que 3 minutos já foram meia hora e vem me chamar de novo porque tá “com muita fome e eu só quero ficar dormindo”.

Acho cedo pra ela saber quem é Hanna Montana, Justin Bieber e Jonas Brothers, mas na escola essas informações voam, não tem como controlar.
Em fim, sábado ela me acorda e lá vamos nós pro processo:

- Você quer ver Nick jr., Disney jr., ou Discovery jr.?

- Mamãe, o Discovery não é Júnior. É KI-DIS.

- Tá, tá, vai querer ver o que?

- Disney.

Coloquei na Disney e estava passando um vídeo clip da Selena Gomez. Laís olha pra mim com aqueles olhinhos de espanto e fala:

- Ela é linda né mãe?

- É, e sabe de quem que ela é namorada? Do Justin Bi-ba! ( gente eu sei o nome do moleque certo, eu escrevi ali em cima ó, mas esse nome e aquela carinha pedem uma sacaneada!)

Ela então colocou a mão no coração de leve, só com as pontinhas dos dedos, bem afetada mesmo, deixou cair o queixou e disse teatralmente:

- Mamãe, DES-MAI-EI! E se jogou pra trás no sofá simulando perder os  sentidos, com a cara mais gaiata do mundo.

Agora me diz aê: não era para eu passar por isso só daqui há uns 8 anos pelo menos?

24.2.11

Da série "rapidinhas": Uma vez Flamengo....

Confesso, sem a menor culpa, que nunca demos a Laís opção: ela nasceu flamenguista e ponto final. O pai, flamenguista roxo, quando soube que estava "grávido" saiu e comprou,como era de se esperar, o  seu primeiro presente: um body e sapatinhos do Flamengo.

Pensem bem, podia ser pior, podíamos torcer pro Vasco( ok, ok, vovô, dindo e tio Ipe me perdoem a provocação).

Enfim, desde os dois anos que a bichinha já canta empolgadíssima (sem entender patavinas, lógico): "uma vez famengo, sempe, famengo!"
OBS: na época que aprendeu a cantar ainda não falava os erres!

Há algumas semanas, estávamos no carro, ouvindo a rádio Band News Fluminense quando ela manda a seguinte pérola:

"- Mamãe, eu não gosto dessa rádio. Será que a um dia a gente poderia ouvir a Band News Flamenguense?"

Aê, Band News: #ficaadica!