29.12.08

Essa foi ótima...

Laís está cada dia mais sagaz. Antes, por exemplo, eu a tapeava dizendo que qualquer coisa que eu colocava na mamadeira era Toddy.
- Toma amor, toddy rosa!
- É de pirulito mamãe?
- É filha! Delícia né?

Agora a bichinha é sempre muito específica na hora de fazer o pedido:
- Mamãe, faz um toddy marrom pra mim?

Mas engraçado mesmo foi no dia 25. Minha sogra ficou gripada e meu marido resolveu ir visitá-la. Aí ele deu banho na Laís e enquanto eu a vestia ele chegou na porta do quarto dela, todo arrumadinho pra sair. Ela o olhou com uma expressão desconfiada e perguntou na lata:
- papai, eu vou com você aonde?

20.12.08

Papai Príncipe 2

Olha que ótimo, bastou eu falar que a Laís gosta de espezinhar o pai que hoje ela resolveu protagonizar uma cena de comercial de margarina com ele.

Ela estava um entojo com sono mas lutando bravamente pra não tirar sua sonequinha da tarde (ok ela é fofa e linda mas eu sou a mãe, logo posso falar mal também ora pitombas, não me venham com essa.ela tava mesmo um entojo).

obs: Se vc ainda está achando achando ruim eu chamar a menina-arara de entojo, com certeza vc não tem noção ne-nhu-ma do que é uma criança de 2 anos lutando contra o sono. Creia-me: você não tem noção.

Em fim, o pai chegou em casa quando eu já estava há algum tempo fingindo que estava dormindo pra ver se ela se aquietava e já estava quase desistindo porque mesmo eu "dormindo" ela falava, rodava, chutava, chorava e depois começava tudo de novo não necessariamente nessa ordem.

- Mamãe, quem chegou?
(eu dormia e como não falo dormindo não respondi)
- Foi o papai?
(silêncio)
- Foi o Píncipe?
(silêncio. Ela então muda de tática)
-Píncipe! Ô píncipe! Vem cá me dá um beijo de amor!

Nessa hora o pai desconfia que é com ele e acha que eu tô dormindo de verdade. Resolve então conferir. Entra no quarto e vê que estou fingindo. Ela quase grita:

- Eu quelo um beijo píncipe! Me dá um beijo de amor!
Ele se curva visivelmente emocionado e dá dois beijinhos nela, completamente hipnotizado. Ele ainda consegue dizer: - A mamãe tá dormindo, vamos falar baixinho...
- Eu quelo casá com você papai!
- O que? (ele ouviu bem, mas como não tá acreditando pergunta "o que?" pra garantir)
- Eu quelo casá com você papai píncipe gandão!

E foram felizes para sempre...

19.12.08

Papai Príncipe



Laís tem um estranho prazer, eu diria até que ela tem uma certa "maquiavelidade" feminina arraigada, que faz com que ela espezinhe o pai a todo momento. É claro que depois do "maquiavelidade feminina arraigada" sou obrigada a me explicar que é pra vcs entenderem do que estou falando.

Ela acorda e entra no nosso quarto. Vem direto para o meu lado e me tasca um beijo de cada lado do rosto (cada beijo abre um olho, é uma brincadeira nossa) e diz sorridente e estridente:
- Bom dia Cindelela gande!(ela é a Cindelela pequena, é claro)
Eu imediatamente falo:
- Shhh! Fala baixo que o papai tá dormindo!
Ele, que a essa altura já está obviamente acordado, vira e pergunta:
- E eu não ganho beijo não?
Ela ou ignora e não responde, ou responde um sonoro:
- Não papai, eu tô com a mamãe!
Ele é claro sofre. E eu sou obrigada a intervir:
- Ô filha, não faz assim com o papai! Então deixa que eu dô um beijo ne...
- Nããão mamãe!!! Eu dô, eu dô, eu quelo dá!" Ela grita e corre pro outro lado da cama pra evitar a cena dantesca da mãe beijando o pai, onde é que já se viu? Isso é que não!

Aí vcs devem pensar que ela "nem tchum" pro pai né? Ledo engano. É apaixonada, mas demostra muito mais na frente dos outros. Com ele, ela faz jogo duro. Ela adora se fazer de desmemoriada e ficar perguntando nome de todo mundo, e quando vc diz o nome ela inventa outro.

- Qual seu nome mamãe?
- Ué, vc esqueceu meu nome filha?(ela sacode a cabeça que não)- Então? Qual é meu nome?
- Kalen Aulora!(O Aulola, ou Cindelela ou Banca de neve sempre vem de sobrenome)
- E o do seu pai?
- Ison Píncipe!

Agora pergunta se na frente dele a sacaninha repete?

Filhos

De novo foi minha amiga Geisa, mãe do gatíssimo Gabriel que me encaminhou o e-mail. Dessa vez não é piada. É um texto lindo que achei tudo haver com minha corujice.
Conselho: se vc está grávida ou com TPM, melhor ler outra hora...



Filhos

Estamos sentadas almoçando quando minha filha casualmente menciona que ela e seu marido estão pensando em 'começar uma família'.

'Nós estamos fazendo uma pesquisa', ela diz, meio de brincadeira. 'Você acha que eu deveria ter um bebê?'

'Vai mudar a sua vida,' eu digo, cuidadosamente mantendo meu tom neutro.

'Eu sei,' ela diz, 'nada de dormir até tarde nos finais de semana, nada de férias espontâneas.. '

Mas não foi nada disso que eu quis dizer.
Eu olho para a minha filha, tentando decidir o que dizer a ela.
Eu quero que ela saiba o que ela nunca vai aprender no curso de casais grávidos. Eu quero lhe dizer que as feridas físicas de dar à luz irão se curar, mas que tornar-se mãe deixará uma ferida emocional tão exposta que ela estará para sempre vulnerável.
Eu penso em alertá-la que ela nunca mais vai ler um jornal sem se perguntar: 'E se tivesse sido o MEU filho?'
Que cada acidente de avião, cada incêndio irá lhe assombrar. Que quando ela vir fotos de crianças morrendo de fome, ela se perguntará se algo poderia ser pior do que ver seu filho morrer.

Olho para suas unhas com a manicure impecável, seu terno estiloso e penso que não importa o quão sofisticada ela seja, tornar-se mãe irá reduzi-la ao nível primitivo da ursa que protege seu filhote.
Que um grito urgente de 'Mãe!' fará com que ela derrube um suflê na sua melhor blusa sem hesitar nem por um instante.
Eu sinto que deveria avisá-la que não importa quantos anos ela investiu em sua carreira, ela será arrancada dos trilhos profissionais pela maternidade.
Ela pode conseguir uma escolinha, mas um belo dia ela entrará numa importante reunião de negócios e pensará no cheiro do seu bebê. E então, ela vai ter que usar cada milímetro de sua disciplina para evitar sair correndo para casa, apenas para ter certeza de que o seu bebê está bem.

Eu quero que a minha filha saiba que decisões do dia a dia não mais serão rotina.
Que a decisão de um menino de 5 anos de ir ao banheiro masculino ao invés do feminino no McDonald's se tornará um enorme dilema. Que ali mesmo, em meio às bandejas barulhentas e crianças gritando, questões de independência e gênero serão pensadas contra a possibilidade de que um molestador de crianças possa estar observando no banheiro.
Não importa o quão assertiva ela seja no escritório, ela se questionará constantemente como mãe.

Olhando para minha atraente filha, eu quero assegurá-la de que o peso da gravidez ela perderá eventualmente, mas que ela jamais se sentirá a mesma sobre si mesma.
Que a vida dela, hoje tão importante, será de menor valor quando ela tiver um filho.
Que ela a daria num segundo para salvar sua cria, mas que ela também começará a desejar por mais anos de vida -- não para realizar seus próprios sonhos, mas para ver seus filhos realizarem os deles.
Eu quero que ela saiba que a cicatriz de uma cesárea ou estrias se tornarão medalhas de honra.
O relacionamento de minha filha com seu marido irá mudar, mas não da forma como ela pensa. Eu queria que ela entendesse o quanto mais se pode amar um homem que tem cuidado ao passar pomadinhas num bebê ou que nunca hesita em brincar com seu filho. Eu acho que ela deveria saber que ela se apaixonará por ele novamente por razões que hoje ela acharia nada românticas.

Eu gostaria que minha filha pudesse perceber a conexão que ela sentirá com as mulheres que através da história tentaram acabar com as guerras, o preconceito e com os motoristas bêbados.
Eu espero que ela possa entender porque eu posso pensar racionalmente sobre a maioria das coisas, mas que eu me torno temporariamente insana quando eu discuto a ameaça da guerra nuclear para o futuro de meus filhos.

Eu quero descrever para minha filha a enorme emoção de ver seu filho aprender a andar de bicicleta. Eu quero mostrar a ela a gargalhada gostosa de um bebê que está tocando o pelo macio de um cachorro ou gato pela primeira vez. Eu quero que ela prove a alegria que é tão real que chega a doer.

O olhar de estranheza da minha filha me faz perceber que tenho lágrimas nos olhos. 'Você jamais se arrependerá', digo finalmente.

Então estico minha mão sobre a mesa, aperto a mão da minha filha e faço uma prece silenciosa por ela, e por mim, e por todas as mulheres meramente mortais que encontraram em seu caminho este que é o mais maravilhoso dos chamados. Este presente abençoado de Deus... que é ser Mãe.'

(Autor desconhecido.)

13.12.08

A lista do Papai Noel


Preciso registrar logo, porque no próximo ano, depois de mais um ano exposta a influência da mídia, a lista de pedidos ao Papai Noel jamais terá novamente a pureza desta.

- Laís você já sabe o que vai pedir de presente de natal pro Papai Noel?
- Já!
- E o que é?

Ela respira fundo e começa a enumerar, contando nos dedinhos:

- Uma chuteila de futibol, um livo da babi (leia-se Barbie) e uma colgate!
- Uma colgate filha, de escovar os dentes?
- Um-hum.
- Então tá... (vai entender)

Obs: vc aí que tá me lendo não está esperando explicação pra essa colgate tá? Eu não consigo imaginar nem de onde sairam os dois primeiros itens da lista! Por favor me poupe! Essa história de que mãe entende tudo que o filho diz tem limite!

E num outro dia:
- E aí filha,já resolveu o que vai pedir pro Papai Noel?
- Já! Um bambôle assim ó, pá eu rodá! (ela diz isso toda rebolativa, mostrando como vai usar o brinquedo)

A melhor de todas foi ontem:
- Mamãe! Eu já sei o que vo pedi po Papai Noel! Disse ela quase gritando de tamanha animação.

- E o que é minha flor?
- Um pilulito de colação vemelho!!

Não é uma coisa?

10.12.08

Mães são o máximo

Pra variar quando estou sem tempo de escrever apelo pras piadinhas que recebo das minhas amigas. Essa quem mandou foi a Geisa, mãe do Gabriel, um morenaço de olhos azuis que vai destruir corações por aí...

MÃES SÃO O MÁXIMO

A minha mulher caminhava com minha filha de 4 anos, quando ela apanhou
qualquer coisa do chão e ia pôr na boca.
Ralhou com ela e disse-lhe para nunca fazer isso.
-Mas porquê? - Perguntou ela.
A minha mulher respondeu que se estava no chão, estava sujo e cheio de
micróbios.
Nesse momento, a minha filha olhou-a com admiração e perguntou:
- Mãe, como sabe tudo isso? É tão inteligente. ..
A minha mulher respondeu-lhe:
- Todas as Mães sabem estas coisas. Quando alguém quer ser Mãe tem que fazer
um teste e tem que saber todas estas coisas, se não, não pode ser Mãe.
Caminharam em silêncio e depois de alguns minutos, depois de pensar no
assunto a minha filha de repente disse:
- Ah, já percebi. Se não passasse no teste, você seria o Pai.

21.11.08

Livros para uma cuca bacana

Tá tarde pra chuchu, tô morrendo de sono mas acabei de descobrir um link ótimo que não podia deixar de dividir.

Adoro dar livros pra Laís e adoro mais ainda quando ela ganha livros de presente. Sempre gostei de ler (ponto para meus pais que super incentivaram a gente desde sempre) e me empenho para que nesse ponto minha filha tenha a mesma sorte que eu. Mas a verdade é que vivo sofrendo na livraria sem saber se determinado livro é próprio pra idade dela ou não. Até na livraria da travessa onde os livros são separados por faixa etária, as vezes fico achando que os livros ou são bobocas demais, ou adiantados demais.

Em fim, estava lendo umas matérias no site da revista Crescer e achei o link para esse hotsite de literatura infantil:livros para uma cuca bacana. Super interessante. Dá uma olhada lá. Boa leitura pra você e seus pequenos!

19.11.08

E por falar em resposta...

Esse diálogo aconteceu hoje e por isso está bem fresquinho na minha cabeça os argumentos e entonações usados pela minha pequena cidadã.

Chovia à cântaros e eu precisava ir ao banco. Do outro lado da rua, nada muito demorado, mas o escândalo que precedeu minha saída foi semelhante a eu sair carregando uma mala de rodinha e dizer:- Até semana que vem!

Não sei porque ela estava muito sensível hoje. Talvez por isso quando acordou do seu soninho da tarde e me viu de roupa de sair, perguntou assim meio como quem não quer nada:

- Você vai fazer o que?

- Vou ter que sair de novo filha, não consegui resolver o que fui fazer no banco aquela hora, então vou ter que voltar lá, mas é rápido...

- Não, mamãe. Você não vai não...

- Eu preciso filha é rápido...

- Não pecisa não!(essa frase já foi em tom de sofrimento, naquele quase-abrindo-o-berreiro) Eu vou no banco com você!

- Não pode fil...

- PODE SIM!

- Ô filhota, se tivesse chovendo menos eu até te levava, mas tá chovendo muito e não é bom criança sair com chuva.

E então ela fez aquela cara de quem se lembrou de algo de repente e respondeu:

- Mas eu tenho guarda-chuva, sabe?


Lembrando que o pingo de gente só tem dois anos e dois meses, ok?

12.11.08

Criança tem cada resposta!

Ando meio corrida essa semana então, enquanto não tenho tempo de sentar e escrever as últimas da minha gaiatinha, vcs podem ir dando risada com esse e-mail que me foi enviado pela minha amiga Veruschka, mãe da fofíssima Laurinha, amiga "de infância" da Laís:

Não discuta com crianças! - A vítima pode ser VOCÊ

1- Uma menina estava conversando com a sua professora. A professora disse que era fisicamente impossível que uma baleia engula um ser humano porque apesar de ser um mamífero muito grande, a sua garganta é muito pequena.A menina afirmou que Jonas foi engolido por uma baleia.Irritada, a professora repetiu que uma baleia não poderia engolir nenhum ser humano; era fisicamente impossível.A menina, então disse:
- 'Quando eu morrer e for ao céu, vou perguntar a Jonas'.
A professora lhe perguntou:
- 'E o que vai acontecer se Jonas tiver ido ao inferno?'
A menina respondeu:
- 'Então é a senhora que vai perguntar.'

2- Uma professora de creche observava as crianças de sua turma desenhando. Ocasionalmente passeava pela sala para ver os trabalhos de cada criança. Quando chegou perto de uma menina que trabalhava intensamente, perguntou o que desenhava. A menina respondeu:
- 'Estou desenhando Deus.'
A professora parou e disse:
- 'Mas ninguém sabe como é Deus.'
Sem piscar e sem levantar os olhos de seu desenho, a menina respondeu:
- 'Saberão dentro de um minuto'.

3- Uma honesta menina de sete anos admitiu calmamente a seus pais que Luís Miguel havia lhe dado um beijo depois da aula.
- 'E como aconteceu isso?'Perguntou a mãe assustada.
- 'Não foi fácil', admitiu a pequena senhorita, 'mas três meninas me ajudaram a segurá-lo'.

4- Um dia, uma menina estava sentada observando sua mãe lavar os pratos na cozinha. De repente, percebeu que sua mãe tinha vários cabelos brancos que sobressaíam entre a sua cabeleira escura. Olhou para sua mãe e lhe perguntou:
-'Por que você tem tantos cabelos brancos, mamãe?'
A mãe respondeu:- 'Bom, cada vez que você faz algo de ruim e me faz chorar ou me faz triste, um de meus cabelos fica branco.'
A menina digeriu esta revelação por alguns instantes e logo disse:
- 'Mãe, porque TODOS os cabelos de minha avó estão brancos?'


7.11.08

Faniquitos

Laís é uma criança dócil, bem humorada e sorridente. Não é só minha opinião de mãe coruja não, juro. É unanime. Eu brinco com ela que existem dois tipos de pessoa no mundo “as que te amam e as que não te conhecem”. O que absolutamente não impede que ela já tenha entrado naquela famigerada fase dos faniquitos.

O pior dos faniquitos é nunca saber o que será o estopim do próximo. Tem um desenho animado recente, acho até que é do Spilberg, daquele “pacote” dos animanics e Pink e o Cérebro, chamado Kate Kaboom. A Kate é uma adolescente doce é meiga que vira um monstro verde que destrói a casa e o quarteirão quando algo extremamente grave a tira do sério, como uma espinha por exemplo.

No caso da minha Kate Kaboom existem dois tipos de faniquito.

O primeiro é o que começa aos poucos e em geral acontece dentro de casa, quando algo a irrita como um lego que ela não consegue encaixar ou uma luva de borracha que não consegue calçar. Aí ela começa assim:

- Hamm!Hamm! HAMM! (cada vez mais alto) ÁÁ! ÁÁ! ÁÁ! ÁÁÁÁÁ! Esse último "ÁÁÁÁÁ" já é um berro agudíssimo e em geral a hora que eu costumo a intervir:

- Ei! Eu pari uma criança ou uma arara? Que que tá acontecendo aqui? E ela:

- Não consigo! Não consigo! (em tom de desespero como se fosse me salvar da forca)

- Calma, não consegue o que?

- A luva! Não consigo, não consigo!

- Calma! Dá aqui que eu ajudo. Pronto!

Calço a luva, o sorriso volta e voilá! Acabou o drama.

O segundo tipo é o que eu chamo de “faniquito clássico” e óbvio, só acontece na rua, em frente a diversas testemunhas.

O faniquito clássico começa assim: você sai na rua com a criança sem carrinho porque só vai logo ali e já volta. Depois de 40 minutos deixando-a fazer o que quer correndo de um lado pro outro você decide que já basta porque é hora de tomar banho jantar e coisa e tal e diz:

-Agora vamos né?

- N-Ã-O!

- Vamos sim, tá na hora de papar!

- Não! Vou papá não!

- Vai sim, já está na hora. Vamos!

- N-Ã-O vamos N-Ã-O! Esse segundo não já é histérico e acompanhado daquele pequeno ser se jogando no chão com as lágrimas rolando em profusão, batendo veementemente os pés e as mãos ao mesmo tempo e gritando entre soluços frases completamente incompreensíveis aos ouvidos destreinados (mas que eu entendo perfeitamente “quelo papá não! quelo i pá casa não!”).

Todos os olhares em volta recaem sobre você, que sabe exatamente o que todo mundo está pensando: “coitada da criança. O que será que essa megera fez?” Aliás, todo mundo não. Tem quem pense: “credo! Que criança mais mal educada! Se fosse meu filho eu dava logo um jeito”(eu garanto: todo mundo tem jeito pro filho dos outros).
De um modo ou de outro, você é sempre uma bruaca incompetente e ponto final.

Você fica ali entre a vontade de fingir que não faz a mais vaga idéia de quem pariu a criatura e ficar disfarçadamente olhando vitrines, e a vontade de levantá-la do chão na marra e se reclamar ainda tascar-lhe uma palmada que é para ter motivo de verdade pra tanto choro.

Refreando todos os impulsos, você se agacha (porque segundo os educadores você intimida a criança falando com ela do alto) e tenta paciente e carinhosamente convencê-la de que amanhã tem mais, e ainda por cima tem uma sobremesa-surpresa-de-chocolate-super-legal etc...

Há que se ter muita calma nessa hora. Respiro fundo, peço a Deus só um pouquinho mais de paciência e, por fim, o truque da sobremesa cola. A criança levanta, para de chorar e a audiência já pode arrumar outra coisa pra se distrair e comentar em casa mais tarde.

À bruxa (eu, claro), só resta engolir em seco e resignar-se. Porque afinal, na maior parte do tempo a criança é mesmo dócil, bem humorada e sorridente.

28.10.08

Os Saltimbancos

No último domingo, fomos a convite da amada Tia Ana (mãe do melhor amigo no mundo), ao teatro assistir a peça “ Os Saltimbancos”.

Difícil saber quem gostou mais:
se eu e Ana por lembrarmos das nossas montagens da mesma peça na infância e adolescência (cantamos tanto que a “gata” comentou comigo na saída que reparou na gente cantando na primeira fila, que vexame)
ou se as crianças, que adoram teatrinho desde a primeira peça que os levamos quando ainda tinham 1 anos e 2 meses.

O mais engraçado foi quando chegamos em casa. A Laís já brinca de faz de conta e de vez em quando ela determina: “mamãe você é a Aulola, eu sou a Cindelela e o papai é o píncipe.” Ela chegou da peça toda entusiasmada e foi contar pro pai o programa. E enquanto tomava banho decretou:
- Mamãe, você é a gata!
- Sou? Puxa filha obrigada. E você é quem?
- Eu sou a galinha. E o papai é o burro!
- Filha, burro não. É jumento! Ele não gostava de ser chamado de burro, lembra?
- Não mamãe. O papai é o burro!
- Poxa filha, logo o burro? Ele não pode ser o cachorro não?
- Hum,hum. O papai é o burro.

Parece até que faz de sacanagem.

Não mamãe!

Muito antes de ser mãe, reparei que a maior reclamação das mães de crianças na faixa etária de 0 a 6 anos, são as fases do “porque” e do “não”.

É muito interessante notar que todas nós reclamamos (inclusive eu) como se a criança tivesse tido sozinha a sagacidade de entender o poder do não e resolvido dizer não a toda hora só pra pentelhar.

Vamos lá minha gente, o resto da vida enquanto nossos filhos crescem erram e aprendem (ao menos espera-se que aprendam), nós mães levaremos pelas costas várias culpas que não nos cabem, mas essa temos que admitir: é (quase) toda nossa.

Vamos recapitular. Enquanto o neném está na nossa barriga, um dos grandes medos que temos é que ele nasça antes do tempo. E o que a gente diz pra ele? “Fica aí quietinho viu meu filho? Não se apresse, não saia antes do tempo.”

Daí a criança nasce e ainda na maternidade, quando ele chora de fome porque ainda não temos leite a gente consola: “Não chora meu filho”.

Algumas mães (como eu por exemplo) ainda tentam traduzir o que seu bebê estaria pensando e falam com ele como se fossem ele falando (acabei de perceber que isso é esquisito pacas): “ Não adianta mamãe, não quero tomar banho agora, não me peça pra parar de chorar.”

Aí eles crescem:
Não chora,
Não puxa,
Não mexe....

E crescem...
Não chora,
Não puxa,
Não mexe,
Não pode,
Não põe na boca,

E crescem mais...
Não chora,
Não puxa,
Não mexe,
Não pode,
Não põe na boca,
Não corre,
Não sobe,
Não pula,
Não empurra,
Não bate,
Não joga,
Não isso,
Não aquilo...

Fiz uma continha rápida: Se minha filha ouvisse uma média de 3 nãos por hora, ao final de um mês ela teria ouvido 2160 nãos. Ao final dos seus 2 anos e um mês ela já deve ter ouvido mais ou menos 54 mil nãos. Olha que eu digo que a amo todos os dias, mas com certeza não passei nem perto dessa marca. De todas as palavras que ela ouve essa é, sem dúvida, a que ouve com mais freqüência.

Definitivamente, não dá pra reclamar.

24.10.08

O Lobo Bom


Era uma vez uma menininha que um dia, na festa do seu melhor amigo do mundo, ouviu a musiquinha do “seu lobo tai? Não!!” e pronto. Encasquetou que o tal do lobo mau estava agora querendo jantá-la.

A mãe da menininha resolveu dar-lhe de presente, uma coleção de dedoches com os personagens da Chapeuzinho Vermelho, pra ver se ela fazia as pazes com o lobo.

Ela adorou conversar com a chapeuzinho, mas não estava mesmo muito afim de dar papo pro lobo.

A mãe tentou explicar pra menininha que na verdade o lobo não era tão mau assim, porque afinal de contas ele tentou comer os 3 porquinhos, a vovozinha e a chapeuzinho, mas não pegou ninguém... O lobo era na verdade um arame liso, um fracassado.

Como a menininha não sabia o que era arame liso e fracassado, continuou implicando com o pobre coitado do lobo.

A mãe então teve outra idéia:

- Filha, tenho uma história nova da Chapeuzinho pra te contar, você quer ouvir?
- Queroooo!!!
- Então senta aqui.

“Um belo dia lá na floresta, a Chapeuzinho ia cantando visitar sua vovozinha, quando de repente ouviu alguém chorando. Aí ela foi olhar atrás dos arbustos e viu o lobo mau soluçando. Aí ela perguntou pro lobo:

- Ô seu lobo! Porque é que você tá chorando tanto?

E o lobo respondeu:
- Sabe o que é Chapeuzinho, eu nunca consigo comer ninguém, mas eu estou com muita muita fome mesmo sabe? Minha barriga está roncando!!

- Ora, mas porque você só quer comer gente e porquinho?

- Porque é gostoso ué!

- Mas tem outras coisas que também são gostosas!

- Como o que por exemplo?

-Olhe bem ali. É uma bananeira. Alguma vez você já comeu uma bananinha?

O lobo nunca tinha comido banana, e então a Chapeuzinho deu uma pra ele experimentar. No início ele achou meio esquisito, mas como estava com muita muita fome mesmo, acabou comendo logo 4 de uma vez!
Então a Chapeuzinho disse:

- Tenho uma idéia seu lobo! Vem almoçar comigo na casa da vovó! Ela preparou pra mim arroz, feijão e meu prato predileto: uma torta de queijo com legumes! Você quer experimentar?

O lobo que ainda estava com fome apesar das bananas, aceitou e eles foram para a casa da vovozinha, onde o lobo logo sentiu o delicioso cheiro da comida. Ele comeu tudo tudinho mesmo. A vovozinha ainda tinha feito um gostoso bolo de banana para a sobremesa, mas o lobo guardou pra comer mais tarde porque já tinha comido muita banana naquele dia. Então o lobo disse:

- Muito obrigada vovó, muito obrigada Chapeuzinho! De hoje em diante nunca mais vou querer comer gente ! E vou ser amigo de vocês pra sempre!”


E foi assim que o Lobo mau virou um lobo bom e vegetariano. E a Laís perdeu o medo do lobo.

E FIM.

20.10.08

Que espanto

Estava pensando em várias coisas mais úteis que um desabafo pra escrever, mas vocês vão ter que me desculpar.

Passei a semana (como o país inteiro) acompanhando o caso dessa menina em Santo André, e cada dia mais chocada com a forma desastrada e atrapalhada (pra dizer o mínimo) com que o caso foi conduzido.

O próprio sequestrador afirmou pelo telefone, ao vivo em um programa de tv sensacionalista, (como eles conseguiram ligar pra lá meu deus do céu?) que o caso ia acabar como o do ônibus 174 aqui no Rio. E deu no que deu.

Muito já se falou e muito ainda será dito sobre essa história triste, e não sou eu que vou me prolongar.

Só o que eu queria dizer é que, de tudo que me choca nesse caso, o mais incrível (no sentido literal da palavra) e o que mais me preocupa é que a polícia fez tudo errado, mas eles de fato acreditam e defendem que fizeram o que era o certo.

Inacreditável.

17.10.08

Enquanto isso, de madrugada...

Saí para tomar um chopp com uma amiga que aniversariava e quando Laís foi dormir, eu ainda não havia chegado.

Passei ela pra cama há pouco tempo e agora a vovó foi "rebaixada" pra cama de baixo da bicama, onde dormia tranquilamente quando ela começou a chorar às 3h da manhã e acordar a casa inteira com seu "quero a mamãe!"

Seguiu-se o seguinte diálogo:

- Calma filha, já cheguei. Deita, eu vou ficar aqui com você tá?
- Mamãe, quero o pijaminha (ela dormia de camisola das princesas).
- Tudo bem filha, vou pegar.
- Vai atapalha a vovó!
- Não vai não ó, tá aqui embaixo do seu travesseiro!
- A vovó é linda! Exclamou ela, toda contente.
- É, é sim. Respondi, querendo cortar o assunto.
- A vovó é muito amada! Continuou ela, cada vez mais a fim de papo.
- É sim filha. E sabe de uma coisa? Ela tá com muito soninho. Vamos deixar ela dormir?

Ela me respondeu colocando o dedinho sobre os lábios e sussurrando: ssshhhiii mamãe. A vovó tá dumindo! Faz um toddy pra mim?

Ela tomou o toddy, me deu um beijo e disse: "Beijinho de toddy mamãe!" Sorriu, e em seguida dormiu.

16.10.08

Mudei de Idéia

Costumo defender com afinco meus pontos de vista, mas não sou teimosa a ponto de perceber que estava errada e não mudar de idéia. Acho radical ser “uma metamorfose ambulante”, mas prefiro não ter “aquela velha opinião formada sobre tudo”.

Relendo meus antigos posts dos outros blogs, vi que uma coisa é o que você acha que fará. A outra é o que você realmente faz.

A questão da cadeirinha da bicicleta por exemplo. Acabei colocando na frente, e não me arrependi. Nós quase levamos uns dois ou três estabacos fenomenais, mas quando você tá com a criança Deus manda reforços na proteção. E ela ama andar de bike! Quando o pneu furou e encostei a bicicleta por uns tempos ela sempre cobrava. Eu dizia: Vamos passear Laís? E ela logo emendava: De biciqueta!

Ah sim!! Eu disse que ela só andaria de capacete né? Que não era negociável. E pronto. Pois ela andou de capacete uma vez. Na primeira eu belisquei o pescoço da garota na hora de prender o fecho e foi um escândalo daqueles. Não quis colocar mais nem por decreto e eu achei sacanagem não levá-la pra passear depois de toda preparação. Pedi reforço aos céus (que eu sei que ele manda) e lá fomos nós pra orla do Flamengo cantando e tudo.

Na segunda tentativa, depois de muito esforço consegui convencer que o troço tava larguinho que não ia machucar de jeito nenhum e etc, e o resultado foi que o capacete ficou caindo no olho dela até que ela se irritou e arrancou o troço e jogou longe no meio da ciclovia, em tempo de arrumar um acidente.

Desde então continuo apelando pra deus na hora de sair e lá vamos nós: sem capacete.

E os brinquedos chauvinistas? Aqueles que eu cuspi fogo dizendo que era “um absurdo ter de um tudo pra menino e pra menina só ter bebezinho disso e daquilo, e aspiradorzinho, ferrinho de passar roupa” e por aí vai.

Menos de um ano depois, a babá dela quis dar de presente de aniversário uma mini cozinha que eu não só apoiei, como ainda escolhi o modelo e fui lá comprar. Wilson quase caiu pra trás, e ainda me encarnou: “Ué, mas não era você que era contra?”
- “Era mais mudei de idéia.”

Mudei por que fuçando aqui e acolá, entre um livro e um documentário, mas principalmente observando minha filha, descobri que meninas adoram brincar de aspirador de pó e passar roupa e que isso é importante para o desenvolvimento delas.

A Laís começou a falar muito cedo o que facilita muuuuito a nossa vida. Percebo que ela gosta de ajudar, pra ela nada é tarefa, tudo é brincadeira. Pedir a ajuda dela pra qualquer coisa a deixa feliz da vida. Digo: “Vamos guardar os brinquedos?” E ela responde empolgadíssima: “Vaaaamooooos!” Ou então quando vê que estou fazendo algo sem ela, chega dizendo: “Qué ajudá mamãe, qué ajudá!”

Um dia no parquinho do museu (um areal enorme cheio de balanços e escorregas coloridos) a Laís sentou perto de uma menina brincando de panelinha. Ela tinha por volta de 1 ano e 3 meses. Foi a primeira vez que vi minha filha absorta por mais de 10 minutos na mesma brincadeira. Depois minha mãe me lembrou que eu não ligava pra boneca, mas que adorava brincar de comidinha. E eu me lembrei que meu brinquedo preferido na infância era um forninho da Atma (“a Atma é ótima”, era o slogan deles) que fazia bolinho de verdade. Na semana seguinte ela foi pro parquinho com suas próprias panelinhas. O pai dela só sacudia a cabeça pra mim como quem diz: “Só você mesmo!”

"Não há que ser forte. Há que ser flexível." – Provérbio chinês

Os especialistas que me perdoem, mas dormir na cama dos pais é fundamental!

Sim eu sei. Estou colocando um dedo na ferida. Vai ter gente pulando da cadeira e dizendo: “epa! Quequéisso! Manda interditar! Tira do Ar! Não pode não!”

Por outro lado sei também que vai ter gente que se sentia super mal por ter a fraqueza de deixar a criança dormir na sua cama, mas que não confessava nem pro travesseiro por que afinal de contas “os especialistas dizem que não pode de jeito nenhum” e agora vai saber que está acompanhado nesse dilema diário.

Aliás, acompanhados por muitos (faz aí uma enquete rápida pra ver no que dá) mas não por mim. Deixo minha filha dormir na minha cama com convicção de que além de não ser ruim faz maravilhas para a auto-estima da criança. Tenho pais amorosos que nunca me negaram colo conforto e segurança. Tenho muito a falar sobre isso, mas quero começar especificamente falando do meu caso.

Porque me lembro quando ainda era bem pequenininha, que meu pai chegava tarde do trabalho e eu me sentia mais segura quando ele e minha mãe estavam. Então pedia a minha mãe pra dormir na cama dela até meu pai chegar. E quando ele chegava, me carregava no colo até minha cama. Eu sempre meio que acordava nessa hora e não me incomodava de voltar pra minha cama, porque afinal de contas meu pai estava em casa e nada de mal poderia me acontecer.

Nós morávamos numa casa grande no meio do mato (gente, é sério: era na cidade, mas era quase roça. Não tinha asfalto nem luz na rua, só pra ter uma idéia) quando ventava parecia filme de terror, com o vento uivando e sacudindo as vidraças. Até hoje, depois de burra velha, não consigo dormir se tiver barulho de vento sacudindo janela. Era aterrorizante. Eu tinha muitos pesadelos e mesmo quando eu já era grande demais pra ficar “no meinho”, nessas ocasiões entrava pé ante pé no quarto dos meus pais acordava minha mãe e pedia: “posso dormir aqui?” Ela só balançava a cabeça que sim e eu colocava meu colchão ao lado da sua cama. Ela me dava a mão e esse contato tinha o poder de afastar todo e qualquer pesadelo, nenhum lorax que tomei na vida reproduziu esse efeito.

Dos meus 34* anos de vida passados no Rio (essa cidade tão violenta e perigosa, etc...) até hoje só tive um cordão arrancado na rua e só fui efetivamente assaltada (com direito a arma na cabeça e tudo mais) dentro de casa. Essa mesma casa no meio do mato, no meio do nada, que ficava no meio do breu. O quarto dos meus pais era bem grande e tinha também um sofá, onde também passei várias noites. Sempre que os cachorros latiam muito e nervosamente (sinal de gente estranha no pedaço) eu corria pra lá, e dormia sossegada porque afinal meu pai e minha mãe estavam ali.

Um dia a gente e cresce e se dá conta de que papai não é super-homem e nem mamãe a mulher maravilha. Que se entrasse alguém armado, ou mal intencionado, ou ambos, não faria nenhuma diferença o fato deles estarem lá ou não. Mas agora que a gente já cresceu, isso é o que menos importa. Porque mesmo sabendo que essa sensação de segurança é ilusória, nossa consciência não nos impede de nos sentirmos um pouquinho mais protegidos quando eles estão lá. É ilusório a gente sabe, mas é reconfortante e pronto.

Até hoje, fico mais tranquila quando ligo pra meu pai aflita, e ele me diz: “tenha calma, vai tudo ficar bem.” Quando sei que minha mãe está rezando por mim e meu pai tem certeza de que tudo ficará bem, eu também tenho. E no que depender de mim, a Laís também sempre terá.

Eu fico imaginando que esses tais especialistas pra início de conversa não são mães (e se são, não amamentaram). Porque se você é mãe, sabe o que é uma criança acordar a noite chorando e não servir mais ninguém, só você. Se você amamentou sabe como é maluquice ter de levantar a noite toda e ir pra outro quarto, sentar e dar o peito, colocar pra arrotar, pra dormir voltar pra cama e começar tudo de novo 45 min depois. E se um dia você não teve um estalo (quando seu bebê já estava mais “durinho”) que podia ficar deitada mais um pouco apenas mantendo ele ali dormindo ao seu lado entre uma mamada e outra e que (urra!!) não precisava sentar pra dar o peito, lamento dizer que você perdeu uma grande descoberta.

E depois que saem do peito ainda tem a mamadeira, e tem os medos. Eu acho que os especialistas esqueceram que foram crianças e que sentiam medo. Criança tem uma fase que acredita de verdade em dragão verde, vampiro, lobisomem e monstro da palha, mas que perto dos pais esses bichos não atacam, só quando estão sozinhos em seus quartos. Meu pai sempre disse que medo é atávico. É realmente interessante notar que de repente algo que sempre esteve ali de uma hora pra outra passa a assustar. A Laís quando recém nascida dormia tranquilamente com um barulho infernal de obra, mas de uns tempos pra cá, passou a ter medo de barulhos altos como liquidificador sirene e avião.

É claro que devemos guardar as devidas proporções. Não estou dizendo aqui que acho normal e bom a criança dormir todo santo dia na cama do casal, e só dormir nessa condição. É nossa função dar o limite. É preciso que a criança entenda que tem o espaço dela, que os pais precisam de um espaço deles etc... Mas um chameguinho de vez em quando não só é normal como eu tenho plena certeza: é saudável.

Ah! A propósito: meu pai é psicanalista. E minha madrasta que é psicóloga não vê nenhum problema em deixar meu irmão de 6 anos dormir na cama deles...

* Não roubei nas contas não. Estou falando dos anos que vivi no Rio então os dois de POA não contam ;o)

Corujas do Brasil, uni-vos!

Pra quem não me conhece, aí vai uma breve apresentação, naquele estilo “15 segundos” do fantástico: nasci e cresci no Rio de Janeiro entre a Tijuca e a Barra. Sou a terceira de 4 irmãos e tenho dois meio- irmãos (de 9 e 6 anos). Me formei em publicidade pela PUC. Recém formada dividi AP com duas amigas até conhecer meu marido (com quem estou há 11 anos) largar tudo e ir morar com ele em Porto Alegre. Voltamos pro Rio há alguns anos e temos a Laís, motivo de toda minha inspiração, há dois anos e um mês.

Depois de dois blogs (reflexões de uma gestante e mar de fraldas) e um pouco mais de um ano sem escrever (sem nenhum motivo muito específico), quero começar fazendo um convite à todas as mães corujas que existem por aí e que por acaso (ou não) chegaram até aqui.

Esse espaço não é meu, é nosso. Usem-no à vontade para comentar, criticar, trocar idéias, receitinhas (dessas tão necessárias a qualquer mãe coruja) e é claro o mais importante: contar T-O-D-A-S as coisas lindas e incríveis que nossos filhotes fazem e que enchem a gente de orgulho.

Indiquem para outras corujas, vamos formar uma fraternidade, um clube, um sindicato ou qualquer coisa desse tipo, que não tenha vergonha de mostrar que somos corujas sim, com muito gosto!

Toda coruja é bem vinda, não precisa ser necessariamente mãe. Vale tio, vó, pai, dinda e simpatizantes em geral.