4.2.09

O manifesto PUTAQUIUPARIU



Eu sei, de cara vocês estão estranhando o título. Mas já vou avisando: vão estranhar ainda mais a quantidade de palavras de baixo calão (mais especificamente de puta que parius) que vou usar aqui. Então estão avisados: continuem a ler se quiserem, se não, vão dar um rolé e me deixem desopilar em paz.

Porque não sei se já comentei (mas se não, comento agora) que cresci no meio de 4 rapazes (+ um pai baiano e desbocado) e acabei ficando desbocada também. Não que me orgulhe disso, mas é fato. Até minha mãe é desbocada. Lembro até de amigos achando estranho quando me ouviram falar, numa conversa informal e descontraída: “ah mãe, num fode!” E ela: “fodo sim que é bom e eu gosto e foi assim que você nasceu!” É claro que se o assunto fosse sério jamais falaria assim, eu sou desbocada, não sem noção.

Também não me lembro se já comentei a lady que me tornei depois que Laís nasceu.. Antes só maneirava na frente da minha vó ou outro senhor ou senhora de idade. Acho horrível criança falando palavrão e por isso tenho me controlado um monte. Muito mesmo, o tempo todo.

Esse é exatamente o problema. Porque um PUTAQUIUPARIU dito em alto e bom som, na hora certa é terapêutico, é saudável, é necessário. E estou com uma puta demanda reprimida de puta que parius.

Porque não sei se vocês tem noção do que é dar uma puta topada com o mindinho e só dizer Puuuu... E reprimir o resto. Ou quando a criança quer levantar e apóia o cotovelo com tudo em cima do seu peito (que vem a ser o equivalente masculino a uma porrada no saco). É foda.

E quando você diz: “desce daí, não sobe, desce daí, desce d...” E começa a gritaria porque ela escorregou de onde vc falou mil vezes pra não subir e bateu com o queixo na queda?
Você acha realmente que dá vontade de dizer:
“ôô filhote, chora não, vem cá”
ou
“putaquiupariu quantas vezes eu falei pra não subir aí, cacete”?

Se estão achando ruim eu desopilar meu fígado descarregando o excesso de puta que parius que não falei, é porque vocês nunca foram parados no meio do rala e rola por uma criança chorando no meio da noite: eu que-lo a ma-mãããããe!

Sabe lá o que é estar atrasada pro trabalho, fazer um café da manhã correndo e num piscar de olhos a fofa da criança vem e enfia a escova de cabelo no seu copo de leite?
PUTA QUE PARIU!
É claro que esse também ficou atravessado, e o que saiu foi: “pô filha, que va-ci-lo, que va-ci-lo!!”
E ela, concordando veementemente: “Va-ci-lei mamãe! Va-ci-lei!”

E depois de dois anos desse imenso esforço fomos a uma festinha onde tinham dois pentelhos de 5 e 6 anos e ela aprendeu com eles feito um relâmpago a dizer: “que méda”, “escoto” e babaca. Eu tive vontade de matar os dois FILHOS DUMA PUTA e mais a puta e o corno do pai de quebra. Puta que pariu, ninguém merecia aqueles dois!Quer dizer, aqueles quatro!

Ao menos dessa vez pude reverter a situação, orgulhosíssima do meu esforço afinal, argumentando: por acaso você me ouve falando assim? Ela concordou que não e esqueceu o novo vocabulário. Touché!

Pronto passou. O santo subiu e “Lady Karen” voltou. Mas por favor não esperem que me desculpe. Colocaria toda minha catarse à perder....

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